Jornalista argentina provoca onda de repúdio por beber ao vivo dióxido de cloro em plena pandemia

A jornalista argentina Viviana Canosa desatou uma onda de repúdio após tomar ao vivo dióxido de cloro, uma substância que, sem sustento algum, está sendo promovida como cura contra o coronavírus, mas que é proibida pelas autoridades porque implica perigosos riscos para a saúde. - "Vamos nos despedir, vou tomar um pouquinho de CDs", afirmou no término do seu programa, enquanto pegou uma garrafa de plástico que continha dióxido de cloro e bebeu um gole.

- "Oxigena o sangue. Vem divino. Eu não recomendo. Eu mostro o que faço", disse sorrindo na cena que provocou um alarme porque implica a publicidade de um produto que em realidade tem uso industrial e não é apto para consumo humano.

As criticas ocorreram de imediato contra a apresentadora que é famosa não por realizar bons trabalhos jornalísticos, senão pelos frequentes escândalos que protagoniza. Ela já tinha contado em sua conta de Twitter que tomava dióxido de cloro, motivo pelo qual a Administração Nacional de Medicamentos, Alimentos e Tecnologia Médica (ANMAT), o organismo argentino com as mesmas atribuições da Anvisa, emitiu um comunicado para explicar em realidade o que é esta substância.

- "Devido à circulação de informação em redes sociais e meios digitais relacionados à utilização de dióxido de cloro para o tratamento de covid-19 ou outras doenças, recordamos que o produto mencionado não conta com estudos que demonstrem sua eficácia e não possui autorização alguma por parte deste organismo para sua comercialização e uso", advertiu.

O programa de Viviana registra escassos níveis de audiência, mas como faz anos é uma personagem mediática que faz da informação um espetáculo, costuma ter repercussão na imprensa.

No mês passado, a jornalista atraiu os refletores quando acusou o presidente Alberto Fernandez de lhe mandar mensagens supostamente ameaçadoras que, em realidade, nunca mostrou. Ainda que tentou chorar em frente as câmeras para denunciar que recebia pressões, não foi apoiada por organizações jornalísticas nem por colegas devido a sua falta de credibilidade.

Esta insanidade começou com a Igreja da Saúde e da Cura Gênesis II, na Austrália, que em maio foi multada por comercializar sua "Solução Mineral Milagrosa", uma panaceia que prometia curar inclusive a covid-19 e que cuja composição tinha dióxido de cloro. O coronavírus endoidou tanto algumas pessoas que são capazes de tomar desinfetante ou água sanitária para combatê-lo.