Brasileiros descobrem que anticorpos de cavalos são até 50 vezes mais potentes contra o coronavírus

Cientistas brasileiros devem anunciar um avanço promissor na luta contra a covid-19 hoje na Academia Nacional de Medicina. Eles inocularam cavalos com a proteína em forma de coroa do Sars CoV-2, a Spike, responsável pela infecção de células humanas. Os animais desenvolveram anticorpos neutralizantes de 20 a 50 vezes mais potentes contra o coronavírus, de fato, eles descobriram durante o experimento que havia anticorpos até 100 vezes mais potentes.

Os especialistas decidiram encarar o tratamento para covid-19 através da sorologia, a mesma terapia que é usada faz décadas em moléstias como o tétano, a raiva e picadas de abelhas e cobras. Para tanto, fizeram 6 aplicações apenas da proteína nos cavalos, que gerou uma resposta imunológica, mas não infectou os animais.

O seguinte passo foi aguardar a produção de anticorpos, retirar o sangue dos animais e purificá-lo até que restasse apenas o anticorpo, resultando em um fármaco pronto para fazer soroterapia em humanos.

A próxima etapa será a aprovação de estudos clínicos e testes em humanos, a fim de verificar a segurança desse potencial tratamento para covid-19.

Jerson Lima, pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, disse ao G1, que já contatou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, explicou o potencial desta descoberta e informou que os testes clínicos poderiam ser feitos em parceria com o Instituto D'Or, que lidera as pesquisas da vacina da AstraZeneca para a Universidade de Oxford, no Rio.

De forma que o estudo é recente e ainda não se sabe sobre sua efetividade no controle do coronavírus, ainda é necessário descobrir qual é o melhor estágio da infecção para que os anticorpos neutralizantes sejam aplicados em humanos, mas, se confirmar sua potencialidade seria normal pensar que será em pacientes hospitalizados.

Por enquanto o estudo, sem revisão por pares, foi divulgado apenas em uma plataforma de estudos científicos.