A cena ocorre quase no fim de "Os Caçadores da Arca Perdida", o primeiro filme da saga de Indiana Jones. Era o ano 1981 e os espectadores que iam ao cinema saíam assombrados sem dar crédito ao que acabavam de ver. Como demônios Spielberg conseguiu derreter um crânio humano sem ajuda de um computador? Para entender dito espanto a gente tem que ter vivido aquela época, muito afastada ainda das sofisticadas técnicas digitais que desfrutamos hoje. |
Por trás de semelhante efeito estava o estúdio Industrial Light & Magic, os mestres dos efeitos visuais e especiais da época. A cena em questão mostrava o Dr. Rene Belloq, um arqueólogo nazista, e ao major Arnold Toht, um agente da Gestapo, a ponto de conseguir seu objetivo: transformar a arca em um arma mortífera. No entanto, o que encontram é um final horrível, e para isso realizaram um efeito que nunca havia sido tentado antes.
Como explicava Spielberg, foi um desafio maiúsculo, mas conseguiram um dos efeitos mais espantosos que já feitos no cinema de então. Para isso, primeiro gravou imagens de Ronald Lacey (o ator cujo rosto aparentemente derrete) gritando. Estas imagens depois chegaram até a Industrial Light & Magic.
O primeiro passo da equipe de efeitos foi fazer um molde da cabeça de Lacey usando alginato, que é a mesma substância que rende uma goma usada pelos dentistas para fazer moldes de dentes. Depois, esse molde foi esculpido, e recebeu olhos. Posteriormente construíram um crânio, talhado em pedra para suportar o calor que derrete a cara, para sustentar o molde. Para obter todas essas camadas de pele e músculo que gotejavam, o segredo não foi outro que a gelatina.
Depois passaram a desenvolver diferentes massas de gelatinas até chegar a uma que se derretia relativamente rápido em fogo lento, moldaram camadas sobre camadas da substância e colocaram embaixo da cara profética.
Como vemos no clipe a seguir, colocaram a cabeça falsa entre dois sopradores de propano. Ademais, um membro da equipe de efeitos apontava com uma pistola de calor portátil de baixo (fora do ângulo da câmera), movendo-a segundo fosse necessário para igualar o processo de fusão.
Conta a equipe que finalmente demorou uns 10 minutos em fundir tudo por completo na tomada que foi utilizada no filme, mas para o truque final que vemos no cinema a cena foi acelerada 240 vezes, de forma que na tomada do corte final só leva alguns segundos.
Há muita magia nesta cena, uma forma de fazer efeitos completamente artesanal e genuína que mudou alguns anos depois para sempre. Para a história, uma das sequências mais aterradoras do grande cinema de aventuras, e que ficará para sempre nas lembranças de muitos de nós.
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