Quando pensamos em peixes elétricos com frequência pensamos nas enguias, mas não são a única espécie que usa descargas. Os peixes-elefante africanos, à primeira vista, parecem uma espécie bastante sem graça, mas se você ligar um alto-falante na água em que habitam descobrirá algo muito interessante: emitem eletricidade. Não se trata de poderosas descargas defensivas como no caso do poraquê, senão de uma série de pulsos de baixa voltagem. |
A extensa família dos mormyrídeos (quase 200 espécies) usam estes pulsos para se orientar nas turvas águas em que vivem e para se comunicar entre eles. De fato há espécies que se comunicam mediante pulsos elétricos, e outras que o fazem mediante uma descarga mais parecida a uma onda.
Uma série de órgãos sensoriais e um dos maiores cérebros do reino dos peixes lhes ajuda a perceber e interpretar os campos elétricos de outros peixes de sua mesma espécie. No entanto, há um detalhe que deixou os cientistas perplexos durante décadas. Como fazem para ignorar seu próprio campo elétrico quando se comunicam?
A pergunta é especialmente interessante porque os peixes-elefante emitem estas descargas para comunicar-se e isso equivale um pouco a não poder deixar de falar quando você tenta entender o que diz outra pessoa. Um novo estudo realizado na Universidade de Washington, nos Estados Unidos, descobriu qual é o truque.
Os mormyrídeos usam algo que em psiquiatria é conhecido como descarga corolária. Seu sistema nervoso emite dois sinais simultâneos. A primeira é a que usam para se comunicar, a segunda serve para anular a anterior. É, por assim o dizer, como se tivessem ensinado seu cérebro a neutralizar sua própria voz quando "falam". Desta maneira, podem se comunicar com eletricidade dentro da água ao mesmo tempo em que permanecem atentos às "vozes" dos demais peixes.
A técnica é especialmente interessante porque lança nova luz sobre as descargas corolárias, um fenômeno pesquisado desde os anos 50 e que é de especial importância em doenças como a esquizofrenia. Os pequenos peixes-elefante e sua maneira comunicação poderiam ajudar a entender melhor nosso próprio cérebro.
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