Judeus ortodoxos de Nova York queimam máscaras em protesto contra as restrições impostas pelo novo surto de coronavírus

Centenas de judeus ortodoxos saíram a noite desta terça-feira às ruas de uma comunidade do distrito nova-iorquino do Brooklyn para protestar contra as novas restrições, impostas pelas autoridades devido ao aumento alarmante de contágios de coronavírus. O Borough Park, onde aconteceu a manifestação, é uma área majoritariamente judia ortodoxa e se encontra entre os "pontos vermelhos" da cidade de Nova York, onde a taxa de novos casos positivos nos últimos sete dias consecutivos superou os 3%. Ali, os manifestantes queimaram, entre outros objetos, máscaras em sinal de protesto.

Em 6 de outubro o governador do estado de Nova York, o democrata Andrew Cuomo, anunciou que nesta semana voltarão a impor restrições em diferentes partes do estado e algumas regiões da cidade de Nova York. As áreas com altas taxas de contágios foram designadas como "zonas vermelhas" e enfrentam um fechamento quase total.

Ditas medidas incluem o fechamento de escolas, de negócios não essenciais, a proibição de grandes reuniões e lugares de culto estão limitados a um máximo de 10 pessoas. Muitos dos pontos críticos têm uma grande população judia ortodoxa, motivo pelo qual os líderes dessa comunidade acham que as autoridades lhes assinalam injustamente pelo aumento dos contágios.

Ademais, acusam o governador de ter-lhes enganado, porque tinha assegurado que as sinagogas nas "zonas vermelhas" operariam com 50% de sua capacidade. Os líderes da comunidade judia ortodoxa também se comprometeram a recorrer a vias legais para tentar levantar ditas restrições e fizeram um chamado à desobediência civil.

Além do protesto na comunidade de Borough Park, em outras partes da cidade a Polícia tentou dispersar à força as pessoas que se reuniram nas ruas para celebrar a festividade judia conhecida como "Sucot". No entanto, não reportaram confrontos com as forças da ordem nem detenções.