'Cupido de Rubens' escapa de sua pintura e voa pelo aeroporto de Bruxelas, graças à projeção mapeada

O pintor flamengo Peter Paul Rubens se tornou sinônimo de figuras realistas, carnudas e, de fato, corpulentas, definidas em composições dinâmicas que ecoam as grandes organizações dos mestres da Renascença. Um excelente exemplo de tal composição é "Festa de Vênus" de 1636, uma pintura grega em que uma imagem de culto de Afrodite é decorada por ninfas, com cupidos alados dançando ao seu redor. Vênus pode estar no centro da enorme peça, mas os braços e pernas rechonchudos dos cupidos chamam mais a atenção.

Os cupidos de Rubens já parecem que vão saltar da tela por si só. No vídeo abaixo, um deles o faz ao quebrar o quadro, saltar pelo topo e voar pela galeria sobre as cabeças de espectadores admirados. O cupido recupera um arco e flechas e começa a atirar dardos de amor ao redor da sala. O cenário é o Aeroporto de Bruxelas, onde exibiram uma seleção de pinturas de Rubens recentemente em um lounge com tema de arte.

Os espectadores são passageiros à espera de seus voos, e o cupido fugitivo é um truque de projeção mapeada, criado pela empresa belga SkullMapping e encomendado pela agência de turismo VisitFlanders. O cupido voou até abril do ano passado, quando as pinturas foram substituídas por obras de Brueghel como parte de um projeto maior para promover a arte e a cultura flamengas em lugares onde as pessoas têm maior probabilidade de encontrá-las.

Esses truques tecnológicos banalizam a grande arte -como disse um crítico holandês a respeito do mesmo- ou renovam o apreço por ela? Eu apostaria que, se ele estivesse vivo, Rubens ficaria emocionado ao ver seus cupidos e anjos bem alimentados em movimento, e ele mesmo poderia começar a construir projeções mapeadas sozinho.