Para a maioria das pessoas, o movimento de "anda e para" de um engarrafamento é irritante, mas se você for membro de um grupo de pinguins-imperadores, é exatamente o que você precisa para ficar junto. Ao contrário da maioria das espécies de pinguins, onde tanto os machos quanto as fêmeas se revezam para incubar os ovos, para os imperadores são os machos que se encarregam de todo o período de incubação durante o inverno antártico. Para sobreviver às condições inclementes, os agrupamentos acabam se constituindo um organismo que se move, às vezes, pelo impulso de um membro menor. |
Em um O estudo foi publicado no New Journal of Physics, pesquisadores interessados em como esses grupos permanecem intimamente ligados conectaram sensores de temperatura e luz a algumas aves, ainda que ninguém havia pensado na dinâmica de um agrupamento como um todo. Eles filmaram os amontoados e analisaram os movimentos de cada pinguim e descobriram que quando um pássaro dá um passo, ele aciona o movimento coordenado de seus vizinhos em um movimento semelhante a uma onda.
Para saber como esta onda era acionada e como se propagava, a equipe aplicou um modelo matemático frequentemente usado para estudar o congestionamento rodoviário e acabaram concluindo que o modelo pode prever o movimento passo a passo dos pinguins individuais dentro do amontoado assim como prevê como os carros avançam em um congestionamento.
O modelo também mostra que, em vez de simplesmente serem causadas por pinguins se empurrando, as ondas podem se originar de aves em muitos pontos diferentes no organismo, desde que seus passos excedam a distância limite de 2 centímetros. Isso tem cerca de duas vezes a espessura da camada de penas de pinguim. Isso significa que um amontoado perfeitamente compacto tenta manter a maciez e o isolamento máximos de cada ave.
Curiosamente, ondas que começam em dois grupos diferentes podem se fundir, ajudando grupos menores a se transformarem em grandes multidões de milhares de pássaros que podem suportar temperaturas de até -50 °C e rajadas de vento de 200 quilômetros por hora.
A equipe também investigou por que os pinguins-imperadores continuam dando passos tão pequenos e frequentes, quando poderiam ficar parados em um lugar só mantendo-se mais aquecidos. Baseando-se no fato que os machos incubam seus ovos equilibrando-os na parte superior dos pés e cobrindo-os com uma camada de pele penugenta chamada bolsa de cria, o palpite é que esse gingado ajuda os pinguins a girar os ovos, para que apenas uma face dele não fique exposta por muito tempo à neve.
Na temporada subsequente os pesquisadores introduziram ovos falsos para alguns dos pinguins que não estavam chocando. Essas falsificações estavam equipadas com acelerômetros e outros dispositivos de medição para coletar dados de movimento e confirmar se realmente o gingado dessas aves se deve a fato de manter o ovo o mais aquecido possível. A resposta foi sim.
Em última análise, eles conseguiram criar um modelo matemático para prever o estado de um amontoado de pinguins, dependendo da época do ano, do número de aves e do frio que está fazendo.
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Comentários
Se ficarem parados a neve abaixo derrete,(alguem ja se molhou no frio sabe como é insuportavel ficar molhado)