Como os humanos se tornaram (principalmente) destros

Os seres humanos quase sempre têm um lado dominante, uma preferência por usar uma das mãos em vez da outra, o que chamamos de destreza. Nenhum outro mamífero placentário, nem mesmo nossos parentes primatas mais próximos, prefere uma mão consistente tanto quanto nós, humanos, e acontece que isso começou há muito tempo em nossa linhagem. Os antropólogos descobriram que a maioria dos neandertais era destra, assim como a maioria de nós, Homo sapiens. 70 a 95 por cento de nós, para ser exato.

A medicina aventa duas hipóteses para o fato de o indivíduo utilizar preferencialmente um dos lados do corpo em detrimento do outro: a hipótese genética, segundo o qual esta predileção seria determinada em razão dos ancestrais e a hipótese relacional ou adquirida - pela qual esta habilidade é conquistada ainda nas primeiras fases da vida.

Nos destros, o hemisfério cerebral esquerdo comanda as ações do lado direito do corpo, havendo portanto uma "inversão" entre as posições do corpo entre o centro de controle e aquilo que lhe obedece.

Isto decorre do fato de que, para operações mais complexas, o cérebro desenvolve setores especializados para delas se ocupar. Como o órgão trabalha em sincronia com suas metades, pouco importa se este ou aquele lado controla órgãos do lado oposto no organismo. Assim é, por exemplo, que o hemisfério direito opera a interpretação e memória das imagens complexas.

Nos canhotos também é o hemisfério esquerdo quem determina a maior habilidade: a diferença, nestes casos, é que o lado esquerdo cerebral controla o lado esquerdo do corpo, ao invés do direito.

De fato, nenhuma população humana jamais foi registrada como sendo majoritariamente canhota. Este vídeo da PBS Eons mostra como os cientistas descobriram isso e oferece algumas teorias de nossa preferência por uma mão em vez de outra, que pode estar emaranhada com algumas das outras características únicas que herdamos de nossos ancestrais, além de algumas vantagens evolutivas.