Assista a um mestre gravador japonês no trabalho: dois vídeos ASMR involuntariamente relaxantes

Hoje podemos apreciar as impressões em xilogravura japonesas de grandes arquivos online sempre que quisermos e até mesmo fazer o download delas para nós mesmos. Antes da internet, quantas chances teríamos mesmo de encontrar tais obras de arte no curso da vida? Muito poucos de nós, certamente, jamais teria visto um gravador japonês trabalhando, mas aqui, na era do streaming de vídeo, todos podemos. Nos vídeos, o gravador Keiji Shinohara demonstra um conjunto de técnicas tradicionais para a criação do ukiyo-e.

As também conhecidas como "imagens do mundo flutuante" seguem o estilo que foi originalmente desenvolvido para capturar a vida japonesa e paisagens dos séculos XVII, XVIII e XIX.

O título dos vídeos, "Gravura Japonesa Tradicional -️ ASMR não intencional", faz menção a "resposta autônoma do meridiano sensorial" (ASMR), que rotula um gênero de vídeo que explodiu em popularidade nos últimos anos. Foram feitas tentativas para definir o fenômeno subjacente cientificamente, mas basta dizer que ASMR envolve um conjunto de sons distintamente agradáveis que coincidem com aqueles produzidos pelas ferramentas de gravadores e outros artesãos altamente analógicos.

Quando os entusiastas do ASMR descobriram o conservador de arte do Youtube Julian Baumgartner, anteriormente apresentado aqui no MDig, ele criou versões especiais sonoramente aprimoradas de seus vídeos apenas para eles.

No caso de Shinohara, o canal Best Unintentional ASMR fez isso por ele. A versão de seus vídeos enfatiza muito os sons de pincéis esfregados no papel, tintas espalhadas na madeira e gotas de água caindo na tigela de enxágue.

Claro, o rei original da ASMR não intencional na arte é universalmente reconhecido como Bob Ross, apresentador de The Joy of Painting, cuja laboriosidade de fala mansa parece agora habitar a pessoa de David Bull, um gravador ukiyo-e inglês-canadense que vive em Tóquio. Em certo sentido, Bull é a contraparte ocidental de Shinohara, nascido em Osaka, que após uma década de aprendizado em Kyoto cruzou o Oceano Pacífico na outra direção para fazer sua casa nos Estados Unidos. Porém, por mais tradicional que seja sua arte, ambos pertencem, agora, ao mundo flutuante da Internet.