O problema da pesca ilegal e a depredação do mar próximo a Argentina não é uma novidade, mas de forma recente o conflito saltou à agenda pública. A polêmica foi desatada quando o cineasta Enrique Piñeyro sobrevoou com seu próprio avião a Zona Econômica Exclusiva (ZEE), adjacente ao mar territorial argentino, e filmou dezenas de barcos pesqueiros iluminando a noite do oceano Atlântico. O vídeo pôs luz sobre um conflito inegável: a devastação do meio ambiente em um setor administrado por autoridades nacionais. |
Com mais precisão, Greenpeace alerta sobre esta situação faz tempo. A ONG ambientalista advertiu que em meados de fevereiro ao menos 470 navios foram localizados na margem da ZEE, um setor cujos recursos naturais só podem ser usados por barcos argentinos autorizados. Para o achado usaram a plataforma digital Marine Traffic e imagens de satélites da NASA, onde a luz emanada pelos navios vistos de cima é maior que a de muitas cidades locais.
A infração ocorre porque, quando ninguém os vê, muitos destes barcos estrangeiros cruzam o limite aquático e roubam a fauna marinha do país sul-americano. Para sumir na imensidão do mar sem que sejam descobertos, utilizam uma prática chamada "dark", que envolve desligar seus sistemas de identificação automática, tornando- invisíveis para os radares de controle.
O conflito da pesca ilegal, junto a seus danos ambientais e econômicos em diversas nações, parece de difícil solução, sobretudo para países de pouca incidência na geopolítica. Igualmente, o assunto é debatido em organismos multilaterais e a própria Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, por suas siglas em inglês) classificou esta prática e incentivou a que a ONU declarasse o Dia Internacional da Luta contra a Pesca Ilegal Não Declarada e Não Regulamentada (INDNR), a cada 5 de junho.
A ação, notadamente simbólica, foi pensada para gerar consciência sobre o problema, mas Greenpeace faz questão de assinalar que é necessário um acordo mundial, com regras claras. O principal ponto que preocupa os ambientalistas é a desregulamentação presente em águas internacionais, ali onde tudo vale.
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