Serrana, a cidade do 'Projeto S' celebra 13 dias sem intubar pacientes com Covid-19

Ontem falávamos sobre o "Projeto S" realizado pelo Instituto Butantan na cidade de Serrana, no interior paulista, que concluiu a vacinação em massa da população adulta da localidade contra o novo coronavírus. Segundo o diretor médico da pesquisa clínica, Ricardo Palacios, os resultados da vacinação serão divulgados apenas em meados de maio, quando as pessoas imunizadas deverão ter desenvolvido anticorpos a partir da ação do imunizante.

Por outro lado, o amigo Zé Roberto Isabella nos enviou o link do Boletim Epidemiológico que não deixa de ser um pouco preocupante, se levarmos em conta que a aplicação do imunizante começou em 17 de fevereiro, permitindo inferir que apenas uma dose da vacina não rende o efeito de eliminar o vírus ou diminuir as infecções.

De qualquer forma, o próprio instituto alertou que o estudo clínico ainda está em andamento:

- "A imunização só fica completa de duas a três semanas após o indivíduo receber a segunda dose da vacina. Por esse motivo, qualquer conclusão acerca dos resultados da vacinação é precipitada e inverídica", diz um comunicado publicado pelo Instituto Butantan.

No entanto, já é possível ter uma noção dos efeitos e o resultado parece, à princípio, favorável, já que faz 13 dias que ninguém é intubado na cidade por causa da covid-19. Os únicos pacientes internados na UTI da Santa Casa já estavam em março. Segundo a imprensa local, a Unidade de Pronto Atendimento que tinha 7 intubados, agora não tem nenhum. Também houve queda de 67% dos atendimentos com pessoas com sintomas gripais na cidade.

Palacios reitera que - "...a gente tem que pedir é um pouco de calma, de paciência, pois é preciso esperar até que seja possível medir a eficácia da vacina na população."

O Projeto S não só pretende determinar se a imunização pode efetivamente diminuir a transmissão do vírus, senão também saber se há a possibilidade de que o imunizante apenas evite os casos mais graves, e hospitalizações e que a covid-19 se torne uma doença sazonal depois que a imunidade de rebanho for alcançada. O que suscitaria uma dose de reforço da vacina a cada 2 ou 5 anos.