O «vulcão para o povo» da Islândia e a conexão com as forças da natureza

Donal Boyd e Frank Nieuwenhuis montaram este pequeno documentário chamada "Vulcão para o povo" sobre a experiência coletiva de conexão humana com a natureza que estão vivendo na Islândia depois da erupção do vulcão Fagradalsfjall, em 19 de março deste ano, depois de ficar adormecido por 6.000 anos. Segundo contam, as pessoas começaram aos poucos a ir ali como quem vai dar um passeio pelo campo -afinal de contas, a Islândia é terra de vulcões- e não deixaram de ir em grupos em nenhum momento, de maneira que é impossível experimentar o fenômeno sozinho.

Os primeiros vulcanólogos e pesquisadores que chegaram ao local viveram o fenômeno com verdadeira pressão porque a lava ameaçava enterrá-los. Mas a erupção do tipo fissural mostrou ser tão "deboísta", que o vulcão se tornou uma atração turística que fica apenas a 30 km da capital Reykjavik.

As pessoas vem utilizando qualificativos para a experiência como "uma espécie de festival", "uma atuação do vulcão", "a conexão com nossa humanidade" e como não está claro se o fenômeno durará alguns dias semanas, meses ou anos ninguém quis perder. A coisa tem um pouco de risco, porque a lava, as labaredas e as erupções costumam ser imprevisíveis, de modo que mais de um poderia ter sido carbonizado inclusive mantendo certa distância.

O vídeo abaixo é bonito e nele algumas pessoas se mostram um pouco místicas quando são entrevistadas: "é como estar vendo a criação do Sol e dos planetas", "assim foi a criação da Islândia", "é como redescobrir o fogo", "reconectar com nossas origens".

Estima-se que cerca de 300.000 metros cúbicos de lava já fluíram do vulcão desde que ele entrou em erupção em 19 de março, embora a erupção seja considerada relativamente pequena e controlada. A lava borbulha, jorra do vulcão e lentamente fica preta conforme esfria.

Embora as erupções sejam comuns na Islândia, ocorrendo uma a cada cinco anos em média, elas geralmente ocorrem longe de zonas povoadas, em áreas inacessíveis. Outras são muito perigosas para permitir o acesso público.

Desta vez, os curiosos podem inspecionar a lava de perto após uma caminhada de 6 km em uma estrada próxima ao porto pesqueiro de Grindavik, uma cidade com 3500 habitantes. Pese que a expectativa inicial indicava que o espetáculo poderia durar anos, especialistas agora dizem que pode durar pouco, afirmando que a erupção pode morrer rapidamente, possivelmente em alguns dias.