Relembrando as Olimpíadas de 1968, quando um homem desafiou a convenção e mudou um esporte para sempre

O salto em altura é uma modalidade que teve as mais radicais mudanças na técnica para ser realizada com a passagem do tempo. Os primeiros métodos usados eram quase todos baseados no salto tesoura. Todas elas, no entanto, foram superadas em 1968, com a introdução do salto Fosbury, criado pelo norte-americano Dick Fosbury, que venceu a prova nos Jogos Olímpicos de 1968 na Cidade do México, e passou a ser copiado por todos, com os saltadores passando por cima da barra com um salto de costas para ela.

Dick chocou o mundo, revolucionando o esporte com seu salto diferentão, que só passou a ser possível com o aparecimento dos colchões de espuma para apoio das quedas, na década de 1960. Naquele dia, Dick ganhou a medalha de ouro e estabeleceu um novo recorde olímpico com 2,24 metros.

Quatro anos depois, em Munique, 28 dos 40 competidores usavam a técnica de Fosbury, embora o medalhista de ouro Jüri Tarmak tenha usado a técnica de tesoura conhecida como straddle, quando o saltador cruza a barra com a face virada para ela e as pernas abrangendo-a. Em 1980, 13 dos 16 finalistas olímpicos usaram o salto Fosbury. Dos 36 medalhistas olímpicos no evento de 1972 a 2000, 34 usaram salto.

O atual recordista mundial da modalidade, Javier Sotomayor, com 2,45 metros, disse que sem o salto Fosbury ninguém jamais superaria os 2,30 metros. Seu recorde já dura 28 anos.