As autoridades indianas reportaram até agora mais de 18.754.925 de casos de covid-19, 386.829 só nas últimas 24 horas, mas os números do governo cada vez parecem mais afastados da realidade. Há razões para pensar que o país tem uma número de casos muito maior, algo em torno de 20 vezes mais e o número de mortos certamente está sendo subnotificado, porque muitas vítimas nem são identificadas como portadores da praga antes de acabar sob uma pira. |
O problema da Índia é o mesmo de muitos outros países, Brasil no meio: a capacidade para fazer testes é insuficiente para detectar todos os casos, há pessoas assintomáticas que não se submetem o teste ou tão pobres que não podem se permitir. No caso da Índia, as autoridades estão processando ao redor de 2 milhões de testes ao dia, mas a população total é de 1,4 bilhões.
O doutor Soumya Swaminathan, chefe científico da Organização Mundial da Saúde, explicou que a percentagem média de infecções na Índia é de ao redor de 15% e que em cidades grandes como Delhi sobe até 30%, o que implica que o número de infecções é umas 20 ou 30 vezes maior que indicada nas cifras oficiais. Os cálculos apontam absurdos 529 milhões de infecções, mas o mais provável é que não saibamos o número concreto até que não termine a crise.
E há outro problema de fundo grave que pode piorar ainda mais a crise: o governo indiano anunciou na semana passada que todos os adultos serão elegíveis para receber vacinas contra o coronavírus a partir de 1º de maio. Mas há um porém: as vacinas não serão de graça em todos os lugares.
Profissionais de saúde, trabalhadores da linha de frente e indianos com mais de 45 anos já podem ser vacinados nos centros de vacinação do governo gratuitamente. Mas, de acordo com o plano da nação, o restante da população adulta poderia ter que pagar uma taxa nesses mesmos locais entre 700 e 2.000 rúpias (50 e 170 reais) por dose e muitas famílias não podem se permitir a este desembolso. A maioria dos estados indianos prometeu renunciar aos custos para todos os adultos nos locais, mas não é o caso dos hospitais privados, que continuarão a cobrar pelas vacinas.
Como vimos nos vídeos que lustram este artigo, os crematórios do país estão lotados e para resolver o problema as autoridades estão improvisando crematórios em lotes abertos. Enquanto isso os recursos sanitários do país não são o suficiente para fornecer assistência médica a todos os pacientes, por falta de ventiladores, oxigênio e camas nos hospitais.
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