Apesar de termos muito em comum com nossos parentes primatas mais próximos, comparativamente somos bem pelados. Em vez de pelos grossos cobrindo nossos corpos, temos pelos apenas na cabeça e em alguns outros lugares do corpo. Mas isso nem sempre foi assim, nossos ancestrais certamente eram bem mais peludos e provavelmente, assim, como a maioria dos mamíferos, tinham também duas camadas de pelos cobrindo o corpo: subpelos mais curtos sob a pele cobertos por pelos protetores mais longos. |
Então, como diabos ficamos tão nus? E por que temos cabelo na cabeça? Pelos humano e animal são feitos da mesma matéria: filamentos da proteína queratina que crescem de órgãos conhecidos como folículos, que passam por ciclos de crescimento e queda. Ocorre a circunstância de que, em todas as espécies de mamíferos, os pelos evoluíram para diversos fins, desde a penugem que cobre os coelhos até os espinhos rígidos que protegem os porcos-espinhos.
Da mesma forma, a perda deles constituiu um fator evolutivo, mas infelizmente, o cabelo raramente é encontrado em fósseis, o que torna difícil apontar com certeza quando e como nossos ancestrais perderam seus pelos. Mas há algumas teorias.
Quando os primeiros hominídeos desceram das árvores, milhões de anos atrás, e adotaram um estilo de vida mais ativo, provavelmente desenvolveram mais glândulas sudoríparas, que auxiliava na redução de calor através do suor. Não é novidade então saber que os humanos temos 10 vezes mais glândulas sudoríparas do que os chimpanzés.
Contudo, quando está fazendo calor e precisamos resfriar o corpo, o que fazemos? Lógico, usamos roupas mais leves e esquecemos as blusas de lã nas gavetas. Pois foi isso que a evolução fez: nos despiu dos pelos para que pudéssemos perder calor pelo suor de forma eficiente.
Mas se perder nossos pelos foi tão vantajoso, por que ainda temos alguns pelos em diferentes partes do corpo. O cabelo é explicado facilmente pela necessidade de regulação da temperatura no nosso cocuruto, para evitar que nosso cérebro superaqueça.
Quando nossos ancestrais começaram a se aventurar ao ar livre, suas cabeças passaram a ficar expostas ao sol escaldante. Assim, o cabelo mais espesso e longo protegeria nosso couro cabeludo sensível.
Esta teoria é tão interessante que nos permite inferir que um cabelo escuro e encaracolado é mais eficaz em manter a radiação solar longe da pele. Por outro lado, alguns tipos de cabelo evoluíram à medida que os humanos migravam para lugares diferentes.
Mas e as sobrancelhas, o que explica este tufo de pelos acima dos olhos? Você já viu como fica uma pessoa sem sobrancelhas? Elas são especialmente úteis para a comunicação porque ficam sobre os músculos faciais ativos que transmitem nossos sentimentos e foram um sinal de comunicação importante entre humanos para alertar sobre a presença de um predador.
E os pelos das outras regiões do corpo como axilas e áreas púbicas tem a ver com as glândulas apócrinas presentes nessas áreas. Elas produzem secreções oleosas e com odor desagradável, que os pelos espesso e encaracolado, que frequentemente crescem nessas áreas, ajuda a dispersar.
Ainda há os velos que cobrem nosso corpo. Não sabemos se essa penugem têm alguma utilidade, mas os folículos responsáveis pelo cabelo velino são bancos essenciais de células-tronco que reparam a pele danificada após uma lesão. Eles também são agentes importantes de terminações nervosas que transmitem sinais de toque suave ao cérebro.
De fato, e para a surpresa de ninguém, se levarmos em conta os pelos velinos, ainda que muito mais finos, os humanos temos aproximadamente a mesma densidade de pelos corporais que os grandes primatas. Não somos realmente tão pelados como pensamos.
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