Em 1913, ainda na Inglaterra, Clarence E. Willard teve que renovar seu passaporte para viajar e voltar aos Estados Unidos, onde residia. Para preencher a papelada necessária, Clarence entrou na Embaixada dos Estados Unidos em Londres. Ele disse seu nome ao escrivão da Embaixada Edward Hobson, e também preencheu os dados necessários para protocolar a documentação, como idade, naturalidade, cor do cabelo, peso, etc. Mas quando o escrivão perguntou sua altura, Willard deu uma resposta surpreendente: |
- "Qualquer coisa entre um metro e setenta e cinco a um metro e noventa e três centímetros."
- "Como assim?", disse Hobson com um olhar incrédulo, e Willard concordou balançando a cabeça:
- "Eu sou Willard, o homem que cresce. Eu vou te mostrar o que quero dizer." E Willard fez exatamente isso. O artigo de jornal contando essa história afirmava que Willard começou a crescer lentamente, aumentando de altura até que, em vez de olhar diretamente nos olhos de Hobson, que era um homem de tamanho médio, estava olhando para o topo da cabeça do balconista.
Hobson chamou Frank Page e Harold Fowler, filho do embaixador americano e secretário particular, e para sua edificação Willard deu um show na sala de recepção da embaixada, crescendo e encolhendo aparentemente com a maior facilidade. Como bom "Aparício" bem humorado que era, ele adorava se exibir.
Page e Fowler inspecionaram o homem cuidadosamente, apalpando suas pernas na tentativa de encontrar molas escondidas ou outro aparato mecânico, mas eles finalmente se convenceram de que ele era apenas uma aberração.
A notável demonstração na Embaixada dos Estados Unidos foi um ato que Clarence E. Willard acabou aperfeiçoando, atuando no Barnum and Bailey Circus.
Nascido em Painesville, no estado norte-americano de Ohio, em 1882, Willard descobriu seu extraordinário talento ao se recuperar de um caso de paralisia na infância. Ao realizar certos exercícios de alongamento, Willard percebeu que era capaz de aumentar a altura endireitando a coluna.
Enquanto estava no palco, Willard convidava um voluntário da plateia para se juntar a ele, geralmente alguém mais alto. De pé um ao lado do outro, Willard se espreguiçava até ficar mais alto. Ele também adorava contar casos.
Com o tempo ele descobriu que poderia adicionar 19 centímetros à sua altura natural de 1m78 simplesmente se alongando. Ele também era capaz de estender o comprimento dos braços em 20 a 38 centímetros e deixar uma perna 10 centímetros mais longa do que a outra.
Na edição de setembro de 1927 da Science of Invention, a revista tentou explicar como Willard crescia sob demanda. Os editores tiraram radiografias de sua coluna e determinaram que sua curvatura espinhal era talvez maior do que a do homem comum.
- "A coluna vertebral tem uma curva composta que é sua condição normal. Essa curva aumenta materialmente quando as pessoas se afundam nas cadeiras e não fazem nenhuma tentativa de endireitar-se mesmo ao caminhar", explicava a revista.
- "Pelo esforço puramente muscular ele é capaz de fazer com que as vértebras assumam uma linha quase perfeita. Dessa forma, ele pode estender o comprimento do pescoço, de acordo com algumas medidas, por uma distância de até 5 centímetros."
Ainda segundo o estudo, o ato de esticar as mãos para os lados e aumentar a medição ponta a ponta, a maior parte do alongamento era feita no ombro, já que o ombro é capaz de fazer bastante movimento, lateralmente a partir do centro da coluna. Com o treinamento, o Willard foi capaz de aumentar este movimento de forma tão marcante que sua demonstração surpreendia milhares de pessoas diariamente.
Willard mais tarde se associou a Robert Ripley (com ele no extrato de vídeo abaixo), o homem por trás de "Acredite se Quiser, e era um dos "Pessoas Estranhas de Ripley", um grupo de artistas aberrantes que apareciam nos shows de Ripley e podiam ser contratados para apresentações nos Estados Unidos e Canadá através do Serviço de Artistas da NBC.
Em 1942 ele decidiu se aposentar do vaudeville, mudou-se para a cidade de Alameda, na Califórnia, comprou um restaurante e continuou a realizar seus truques de alongamento para os clientes.
Fiel ao seu comportamento de bonachão exibido, Willard continuou sempre aparecendo em shows e convenções até o fim de sua vida. De fato, em 01 julho de 1962, ele participava de uma convenção de mágicos em Vancouver, no Canadá, quanto teve uma ataque cardíaco. Exatos 30 dias depois ele morreu em um hospital em Oakland, Califórnia, de falência múltipla de órgãos.
Clarence E. Willard, o "homem que crescia", tinha 79 anos.
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