Em 29 de setembro de 1982, desatou uma onda de mortes na área de Chicago, nos Estados Unidos, que causaria pânico em todo o país e uma busca frenética por um assassino ainda não confirmado, bem como mudanças duradouras na indústria farmacêutica. Naquela manhã, uma jovem nos subúrbios chamada Mary Kellerman acordou com dor de garganta e nariz escorrendo e contou aos pais sobre seus sintomas. Eles deram à filha de 12 anos um Tylenol extra forte, uma marca de paracetamol da Johnson & Johnson. Pouco depois a garota morreu por envenenamento por cianeto. Ela não seria a única. |
Do outro lado da cidade, em Arlington Heights, um carteiro de 27 anos chamado Adam Janus também tomou um Tylenol por um problema desconhecido. Poucas horas depois ele morreu pela mesma causa. Mais tarde naquele dia, a família de Adam se reuniu em sua casa após sua morte, que naquele momento eles acreditavam ser devido a um ataque cardíaco. Ali seu irmão e sua cunhada sentiram dores de cabeça e tomaram Tylenol do estoque de Adam. Em dois dias, os dois também estavam mortos.
A polícia ainda não havia feito uma conexão entre o Tylenol e as mortes, e não faria antes que mais três pessoas morressem em circunstâncias semelhantes nos próximos dias. Ao testar grandes quantidades da droga em farmácias dos Estados Unidos, eles determinaram que quem estava mexendo com a droga o fazia depois que ela deixava os estoques do fabricantes, e o ataque se limitava à área de Chicago.
Quem quer que fosse que estava fazendo aquilo, provavelmente estava tirando as cápsulas das prateleiras das farmácias, injetando as cápsulas de gel com o cianeto antes de fechar as embalagens. Os frascos adulterados cheiravam a amêndoas, uma característica do cianeto.
Fora isso, a polícia e o FBI não tinham praticamente nenhuma pista. Em um ato de desespero, o FBI até divulgou a localização na imprensa local do túmulo de Mary Kellerman, na esperança de que o assassino pudesse fazer uma visita. Ele nunca apareceu.
A Johnson & Johnson começou a receber cartas, oferecendo-se generosamente para impedir as mortes em troca de 1 milhão de dólares. Eventualmente, um cara chamado James W. Lewis foi identificado como o escritor devido às impressões digitais, considerado culpado de extorsão pelas cartas e sentenciado a 20 anos de prisão, mas não foi processado pelos assassinatos reais.
Acredita-se que ele tenha enviado as cartas -ordenando que o resgate fosse pago na conta bancária de uma empresa extinta para a qual sua esposa havia trabalhado- a fim de tentar incriminar Frederick Miller McCahey, o antigo chefe de sua esposa. Para garantir, Lewis também teria enviado uma carta a Ronald Reagan, que incluía uma ameaça de morte.
O crime permanece sem solução até hoje, e as investigações foram complicadas por envenenadores em potencial dois anos depois.
No entanto, durante o pânico e o rescaldo, medidas foram tomadas para garantir que isso não acontecesse novamente, e você provavelmente pode ver os efeitos dos assassinatos na sua caixinha de remédios agora.
A Johnson & Johnson foi elogiada na época por sua resposta aos assassinatos. Ao serem informados, eles colocaram a segurança pública acima do lucro, ordenaram um recall imediato de seu produto e ofereceram 100.000 dólares por informações que levassem à prisão de quem colocou cianeto de potássio no Tylenol.
Seis meses depois, a empresa projetou uma nova embalagem com selagem tripla para medicamentos com uma caixa fechada com cola, um lacre de alumínio e um anel de plástico em volta do gargalo do frasco que mostraria aos usuários se ele tinha sido adulterado anteriormente.
Eles trabalharam com a Food and Drug Administration dos EUA para produzir recursos invioláveis para que os consumidores pudessem ver facilmente se a embalagem havia sido aberta. Esses recursos, como embalagens blister e lacres de alumínio, logo se tornaram padrão nos Estados Unidos e em todo o mundo. A Johnson & Johnson mudou das cápsulas para comprimidos, que eram menos fáceis de contaminar.
O assassino nunca foi pego, mas pelo menos ele teve que repensar seriamente sobre seu modus operandi.
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