A ginasta olímpica mais velha de todos os tempos, Oksana Chusovitina, se aposenta

Em sua formulação mais básica, os Jogos Olímpicos são uma representação do melhor que a humanidade pode produzir em qualquer canto do planeta e a qualquer idade. Um caldeirão de etnias, gerações, corpos, nacionalidades, especialistas e habilidades. Desfilam ao longo da já interminável listagem de esportes e provas demonstrando até onde o ser humano pode chegar a todos os níveis, físicos e mentais. Todos cabem. Desde que sejam capazes da excelência. E quando dizemos todos, nos referimos a "todos".

Como vimos nesses primeiros dias as idades são relativamente habituais em determinadas disciplinas. Chegar aos Jogos com 46 anos não deveria ser motivo de muita surpresa, tendo conta de que o cavaleiro Marcelo Tosi é o atleta brasileiro mais velho das Olimpíadas 2020, com 51 anos, mas o caso da uzbequistanesa Oksana Chusovitina, é mais particular: debutou aos 17 anos em Barcelona 1992 e chegou a Tóquio 2021 sem saltar nem uma Olimpíada. Oito ao todo.

O caso de Oksana não é excepcional pelo número de participações, no entanto. A listagem de atletas que supera as oito participações olímpicas é abundante. Mas a maior parte deles lavraram sua longa carreira em esportes e disciplinas de baixa exigência física.

O caso de Oksana é para lá de excepcional porque ela chegou longe em um esporte de elevadíssima carga física, um em que qualquer pessoa com mais de 20 anos já é considerada ultrapassada. Ela deixou os jogos ovacionada, com duas medalhas, um ouro olímpico na competição por equipes de 1992, representando à Equipe Unificada pós-URSS, e uma prata individual em 2008.