Quando a águia dourada paira sobre o terreno, as presas devem ficar muito atentas

A poderosa águia-dourada (Aquila chrysaetos), a espécie de águia mais amplamente distribuída, é a maior ave de rapina do hemisfério norte do planeta. Elas são monogâmicas e podem permanecer com seu parceiro por vários anos ou possivelmente por toda a vida. O casal mantêm territórios que podem chegar a 200km e fazem seus ninhos em lugares altos. Seus ninhos são enormes e podem ser reutilizados vários vezes. As fêmeas põem de um a quatro ovos, e ambos os pais incubam por 40 a 45 dias. Normalmente, um ou dois filhotes sobrevivem para emplumar em cerca de três meses.

Essas águias-douradas juvenis geralmente alcançam a independência total uns 6 meses depois, após o qual vagam amplamente até estabelecerem um território para si mesmas em quatro a cinco anos.

Apesar de ter sido extirpada ou seja incomum em algumas de suas áreas anteriores, a espécie ainda está disseminada, estando presente em trechos consideráveis ​​da Eurásia, América do Norte, Europa e partes do Norte da África. É a maior e menos populosa das cinco espécies de acipitrídeos a ocorrer como espécie reprodutora tanto no Paleártico quanto no Neártico.

Algumas águias-douradas migram, mas outras não, dependendo das condições de sua localização geográfica e de sua idade. As águias do Alasca e do Canadá, por exemplo, normalmente voam para o sul no outono, enquanto as aves que vivem no oeste dos EUA tendem a permanecer em suas áreas durante todo o ano.

Durante séculos, esta espécie foi uma das aves mais conceituadas utilizadas na falcoaria, mas perdeu seu status para o búteo-de-cauda-vermelha por ser muito arredia e necessitar de caparão -o"capacete" que cobre os olhos da ave- para não atacar o cetreiro. Devido às suas proezas de caça, a águia-dourada é considerada com grande reverência mística em algumas culturas tribais antigas. É uma das espécies de aves de rapina mais amplamente estudadas no mundo em algumas partes de sua distribuição.

As águias-douradas geralmente caçam durante o dia, mas foram registradas caçando de uma hora antes do nascer do sol até uma hora após o pôr do sol durante a temporada de reprodução. A taxa de sucesso na caça de águias-douradas é de aproximadamente 20% e uma águia-real adulta requer cerca de 230 a 250 gramas de comida por dia, mas na vida da maioria das águias há ciclos de festa e fome, e elas costumam ficar sem comida por até um semana e, em seguida, devoram até 900 gramas de uma vez.

Essas aves são extremamente rápidas e podem mergulhar sobre sua presa a velocidades de mais de 240 km/h. As águias-douradas usam essas suas agilidade e velocidade combinadas com patas poderosas e enormes garras afiadas para agarrar uma variedade de presas, principalmente lebres, coelhos, marmotas e esquilos terrestres. Elas também comem carniça, répteis, pássaros, peixes e alimentos menores, como insetos grandes. Também são conhecidas por atacar animais tão grandes ou maiores que elas, como veados e javalis adultos.

De fato, quando a águia dourada olha para a presa enquanto desliza sobre seu terreno de caça, mal batendo as asas, javalis, veados, marmotas, raposas e outros animais devem ficar muito atentos.

Certa vez, alguns fazendeiros começaram a matar muitas dessas aves por medo de que se alimentassem de seus rebanhos, mas estudos posteriores mostraram que o impacto do animal era mínimo. Hoje, as águias-douradas são protegidas por lei na maioria dos seus habitats.