Assim é a primeira montanha russa construída em um cruzeiro

Já tinha uma concorrência incrível entre as companhias de cruzeiros para atrair passageiros, o que resultou em barcos gigantescos com comodidades exageradas como pistas de karts e piscinas. Mas após as histórias de pesadelo de cruzeiros com surto de covid-19, há ainda mais pressão para que a indústria de turismo de cruzeiros convença os veranistas a reservar uma viagem. É uma montanha russa a bordo uma propaganda suficientemente atraente para conquistar mais turistas?

A montanha russa marítima Bolt Ultimate foi anunciada faz alguns anos como parte do último e melhor navio da empresa Carnival Cruise Line: o Carnival Mardi Gras. Mas a atração não foi inaugurada oficialmente até uma semana atrás.

Esperava-se que o Mardi Gras desse as boas-vindas aos passageiros em sua primeira navegação oficial na semana de 14 de novembro de 2020, mas o estaleiro Meyer Turku anunciou atrasos que derivaram em que a empresa não recebeu o novo barco até outubro de 2020, o que requereu que a Carnival cancelasse as reservas.

Outros atrasos fizeram com que o Mardi Gras não fosse entregue até final de dezembro do ano passado, mas chegou quase nove meses após que as linhas de cruzeiros de todo mundo se vissem obrigadas a pausar o serviço e cancelar milhares de viagens como resultado da pandemia de covid-19, o que significa que o enorme barco que pode acomodar mais de 5.200 passageiros em quase 2.800 instalações seguiu vazio.

Ainda que muitos sentem que poderia ser muito cedo para retomar os cruzeiros, dado que os barcos com frequência foram fonte de surtos de doenças gastrointestinais como os norovírus, o Mardi Gras estava oficialmente programado para começar a operar desde Porto Canaveral, na Flórida, em 31 de julho, com a montanha russa Bolt fazendo seu debut oficial vários dias antes.

As montanhas russas geralmente dependem da gravidade para impulsionar seus passageiros por uma pista cheia de giros e rotações após serem arrastados ao cume de uma colina empinada usando um elevador motorizado ou serem lançados rapidamente usando uma catapulta eletromagnética.

Mas os giros e rotações de uma montanha russa tradicional estão estrategicamente desenhados e posicionados para que a montanha em si sempre tenha o impulso suficiente para chegar até o final. No entanto, os movimentos oscilantes de um cruzeiro fazem com que uma montanha russa impulsionada pela gravidade não seja possível, motivo pelo qual a Bolt funciona mais como uma moto elétrica durante todo o passeio.

A montanha russa Bolt tem capacidade para dois passageiros, mas o passageiro frontal pode controlar sua velocidade enquanto serpenteia ao redor de uma pista de 240 metros de comprimento que faz uma volta completa na parte traseira do barco.

Não há giros, e à medida que avançam parece um passeio bastante tranquilo, mas a pista se encontra a 60 metros sobre o oceano, pelo que deve oferecer vistas espetaculares o tempo todo, e pode atingir uma velocidade máxima de 65 km/h.

A única armadilha? Segundo o site da Carnival Cruise Line, a montanha russa Bolt tem um custo adicional. As linhas de cruzeiros estão sofrendo para compensar um ano de rendimentos perdidos, mas cobrar os passageiros por usar uma das características mais atraentes de um novo cruzeiro não parece a melhor maneira de voltar à rentabilidade.