Para evitar matar polinizadores, esta planta carnívora mantém as flores longe das armadilhas

Para não matar seus polinizadores, a dioneia, também conhecida como apanha-moscas (Dionaea muscipula) produz um longo talo com flores como forma de mantê-las bem longe de suas armadilhas. Estas plantas carnívoras, que pegam e digerem presas animais -em geral insetos e aracnídeos- são perenes, o que significa que florescem ano após ano. Flores polinizadas eventualmente dão origem a sementes e, para proteger a sua própria propagação, ela mantém as flores distantes das armadilhas formadas por dois lóbulos unidos na sua base como forma de proteger os insetos polinizadores.

Apesar de que suas flores brancas com veios verdes, que vão da base da pétala em direção às bordas, sejam lindas, o foco da jardinagem com a dioneia não está relacionado com a flor, senão com a roseta com folhas de onde brotam as armadilhas. Assim, os jardineiro retiram o talo da florescência assim que ele surge e antes de florescer, pois isto consumirá grande parte das forças da planta, e reduzirá a taxa de crescimento de novas folhas.

Mas sem as sementes como reproduzi-las? A planta pode ser propagada por divisão da roseta ou folhas como mudas, da mesma forma que é feito com as violetas.

A apanha-moscas é uma das poucas plantas capazes de movimento vegetal, como a dormideira e a Drosera. A superfície interna dos seus lóbulos -que formam a armadilha em si- contêm um pigmento vermelho, a antocianina, e as suas bordas secretam néctar,como iscas para atrair os insetos, presas da planta.

O mecanismo pelo qual a armadilha dispara ainda é objeto de especulação, mas basicamente, quando os pêlos de disparo são estimulados, e os lóbulos se fecham. Se a presa tentar escapar, seus movimentos continuarão a estimular os pelos de disparo, o que fará com que a armadilha se feche com mais força, de maneira quase hermética, permitindo então que o processo de digestão comece. Curiosamente, na ausência desse estímulo adicional, a armadilha se abre, possivelmente como forma da planta evitar o esforço de digerir uma pedra ou uma presa que escapou.

Após a digestão, que dura em torno de 10 dias, a presa estará reduzida a um exoesqueleto de quitina e a armadilha então se abrirá, pronta para ser reutilizada, embora ela raramente conseguirá digerir mais de três insetos antes de ser inutilizada, ficando permanentemente aberta e ocupando-se apenas da fotossíntese.