Foi assim que a geração que se preocupa com o planeta saiu do Festival de Reading

Milhares de barracas e acres de lixo foram despejados pelos participantes do Reading Festival. Cerca de 90.000 pessoas compareceram ao festival no fim de semana com apresentações de Stormzy e AJ Tracey, Liam Gallagher e a banda de rock Biffy Clyro. Enquanto a poeira baixava em seu primeiro evento desde 2019, a filmagem de drone mostrou a escala do desperdício que deixaram para trás. Pelo menos seis campos estavam repletos de centenas de barracas abandonadas, um grande número de latas de cerveja, garrafas e roupas indesejadas.

Cada barraca abandonada contém o equivalente a 9.000 canudos de plástico e requer 25 kg de dióxido de carbono para ser feita, a mesma quantidade de poluição de um carro dirigindo por 160 quilômetros.

Junto com toneladas de lixo, cadeiras, mirantes, sacos de dormir e colchões infláveis. As milhares de barracas, a maioria em boas condições, pois muitos dos participantes as compram apenas para acampar no festival, podem valer centenas de milhares de reais.

A limpeza começou na segunda-feira quando o local foi esvaziado dos frequentadores do festival. As fotos foram compartilhadas no Facebook, e as pessoas opinaram sobre o desperdício, com muitos se lembrando que ano após ano acontece a mesma coisa e ninguém toma nenhuma medida com antecedência para evitar esta bagunça.

A verdade é que o festival se tornou mais um rito de passagem para adolescentes e jovens abastados, que comemoram os resultados dos exames na escola e o fim do verão, do que um festival para amantes da música. Muitos parecem ter mais dinheiro do que bom senso, então não se importam com o custo do equipamento.

A bagunça deixada para trás está em nítido contraste com pesquisas que sugerem que as pessoas da Geração Z -nascidas de 1997 a 2012- se preocupam profundamente com o meio ambiente e a sustentabilidade.

De acordo com um estudo recente, os compradores da Geração Z estão dispostos a pagar 10% a mais por produtos ambientalmente sustentáveis. É mais provável que a geração considere fatores ambientais ao fazer compras do que os milênicos -qualquer pessoa nascida de 1981 a 1996.

A gerente de sustentabilidade (sim, tem uma) do Reading Festival, Lily Robbins, disse que a limpeza sempre leva tempo, porque querem fazer de maneira adequada.

- "Tiramos o máximo que podemos, mas infelizmente o resto tem que ser levado para uma usina de reciclagem. Isso envolve um processo incrivelmente longo", disse ela em entrevista. para piorar ainda mais as coisas, as barracas são um dos piores itens para reciclagem. Apenas uma em cada dez barracas abandonadas poderá ser reciclada.

Os organizadores do festival também precisam ser mais responsáveis socialmente, e deveriam insistir que os frequentadores do festival levassem suas barracas para casa. Algum tipo de esquema de retorno de depósito seria necessário, mas parece que são lentos demais para criar uma disposição sobre isso.

O diretor administrativo do grupo que comanda o festival, Melvin Benn, disse anteriormente que seu objetivo era oferecer aos jovens a chance de viver "livremente", sem ter que pensar na covid-19.