Vacas fazem "Muu", ovelhas fazem "Bée" e os patos "Quá". Exceto na Austrália, onde um pato chamado Ripper também dizia "Maldito estúpido!" ("You Bloody Fool") e imitava o som de uma porta fechando. Ripper acaba de fazer história como o primeiro estudo de caso de um pato falante. A capacidade de imitar os sons de outras espécies, incluindo os sons da fala humana, é uma habilidade bastante excepcional que até agora era apenas típica de algumas espécies de papagaios, corvos e pássaros-lira. |
Por décadas, houve relatos dessa habilidade em outras espécies de pássaros. Um desses relatos é o de Ripper, um pato-de-papada (Biziura lobata). A espécie é nativa da Austrália e da Tasmânia, e os machos são facilmente reconhecíveis por sua papada.
Ripper nasceu em cativeiro em 1983, na Reserva Natural de Tidbinbilla, e logo se tornou famoso por sua habilidade de imitar sons. As habilidades do pato chamaram a atenção do ornitólogo Peter Fullagar, que foi até a reserva e registrou os sons que o pássaro fazia. Aqui você pode ouvir algo que soa como "Maldito estúpido!" ("You Bloody Fool"), uma frase que ele aparentemente aprendeu ouvindo um de seus zeladores.
Ripper também era capaz de imitar sons de outros pássaros e de seu ambiente, como o som de uma porta se fechando. Fullagar gravou os sons de Ripper e os incorporou ao Australian Sound Archive. É uma sorte que sim, porque Ripper e seu zelador morreram há muito tempo e as gravações mantidas na reserva de Tidbinbilla foram destruídas durante um recente incêndio florestal.
As vocalizações de Ripper passaram despercebidas por décadas até que o professor Carel Ten Cate, da Universidade de Leiden, as redescobriu e decidiu analisá-las comparativamente com os sons imitados de outras espécies. Seus resultados acabam de ser publicados na The Royal Society.
A razão pela qual Ripper é importante além da curiosidade de ser um pato "falante" é que a espécie a que ele pertence desenvolveu essa habilidade muito recentemente.
- "Alguns pássaros imitam a voz melhor do que outros", explica Ten Cate. - "Podemos examinar essa particularidade, mas para entender como essa habilidade começou, é necessário saber qual foi a vantagem ancestral da qual ela evoluiu."
O estudo de Ripper pode fornecer pistas sobre esse traço evolutivo e como ele apareceu em primeiro lugar.
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