Outro ano mais, e com esta lá se vão 31 edições dos Prêmios Ig Nobel, promovidas pelo Instituto de Pesquisas Improváveis. O prêmio laureia as descobertas e pesquisas científicas que primeiro fazem com que a gente ria e depois pense (ou chore de rir). Tudo é humor, ainda que alguns não achem muita graça. Dedicar meses, talvez anos de estudo para receber um... Ig Nobel, a paródia dos ansiados prêmios suecos. Já temos aqui os ganhadores de 2021, que vão desde análises de chicletes encontrados no chão até a obesidade de políticos como sintoma de corrupção em um país. |
Como dizíamos, nem todos tomam com humor receber o prêmio, e têm lá suas razões. Um deles foi o espanhol Manuel Porcar (foto acima), que estudou as bactérias dos chicletes nos pavimentos.
- "À princípio não vi muita graça", confessou em uma entrevista com El País. Marc Abrahams, um dos promotores ligou para ele para anunciar o prêmio. Quando Manuel disse que não achava nenhuma graça naquilo, Abrahams afirmou: - "Acontece com todo mundo."
- "Finalmente foi uma boa surpresa porque, evidentemente, é um prêmio humorístico, mas as probabilidades de que o concedam são tão baixas como um Nobel", indicou Manuel. - "Afinal de contas, trata-se de desdramatizar alguns dos trabalhos de investigação que temos."
No final, Manuel acabou aceitando "numa boa" e junto as colegas de estudo parodiaram uma canção dos Beatles como aceitação do seu prêmio:
Ademais, entre os premiados temos orgasmo como medicamento descongestionante, utilidade das barbas como proteção em frente aos socos, por que os pedestres se chocam com outros pedestres... Sim, estas pesquisas são as credoras de vários dos prêmios Ig Nobel 2021. Cada ganhador recebeu um troféu de papel e um cédula de 10 trilhões de dólares do Zimbábue.
Biologia:
Susanne Schötz pela análise das variações no ronroneio, gorjeio, murmúrio, miado, guincho, uivo, rosnado e outros modos de comunicação entre gatos e humanos.
Ecologia:
Leila Satari, Alba Guillén, Àngela Vidal-Verdú e Manuel Porcar, por utilizar a análise genética para identificar as diferentes espécies de bactérias que residem nos restos de chicles eliminados e colados nas calçadas de vários países.
Química:
Jörg Wicker, Nicolas Krauter, Bettina Derstroff, Christof Stönner, Efstratios Bourtsoukidis, Achim Edtbauer, Jochen Wulf, Thomas Klüpfel, Stefan Kramer e Jonathan Williams, por analisar quimicamente o ar do interior das salas de cinema para comprovar se os cheiros produzidos pelo público indicam de forma fiável os níveis de violência, sexo, comportamento anti-social, consumo de drogas e linguagem inapropriada do filme que o público está vendo.
Economia:
Pavlo Blavatskyy, por descobrir que a obesidade dos políticos de um país pode ser um bom indicador de sua corrupção.
Medicina:
Olcay Cem Bulut, Dare Oladokun, Burkard Lippert e Ralph Hohenberger, por demonstrar que os orgasmos podem ser tão eficazes como os medicamentos descongestionantes para melhorar a respiração nasal.
Paz:
Ethan Beseris, Steven Naleway e David Carrier, por submeter a prova a hipótese de que os humanos evoluíram a barba para se protegerem dos socos na cara.
Física:
Alessandro Corbetta, Jasper Meeusen, Chung-min Lee, Roberto Benzi e Federico Toschi, por realizar experimentos para saber por que os pedestres não se chocam constantemente com outros.
Cinética:
Hisashi Murakami, Claudio Feliciani, Yuta Nishiyama e Katsuhiro Nishinari, por realizar experimentos para saber por que os pedestres se chocam às vezes com outros.
Entomologia:
John Mulrennan, Jr., Roger Grothaus, Charles Hammond e Jay Lamdin, por seu estudo "Um novo método de controle de baratas em submarinos".
Transporte:
Robin Radcliffe, Mark Jago, Peter Morkel, Estelle Morkel, Pierre du Preez, Piet Beytell, Birgit Kotting, Bakker Manuel, Jan Hendrik du Preez, Michele Miller, Julia Felippe, Stephen Parry e Robin Gleed, por determinar mediante um experimento se é mais seguro transportar um rinoceronte pelo ar de bruços.
Apropriadíssimos, sem dúvida, para a época na qual vivemos, os de física e cinética. Muito perspicaz o de economia. E o dos orgasmos também é interessante, pois propõe um remédio natural em frente aos medicamentos.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários