A crinolina apareceu no cenário da moda em meados de 1800 e recebeu seu nome da palavra francesa crin ("crina"), um material rígido feito com crina de cavalo e "linho". A crinolina era uma estrutura que consistia de círculos redondos em forma de aro de osso de baleia ou arame, formando uma gaiola, que era usada por baixo das saias das mulheres para dar volume ao vestido ou saia em vez de usar várias camadas. Escondida por debaixo das roupas, a crinolina escondia outro segredo: teria causado a morte de 3.000 mulheres... por pegar fogo. |
A crinolina com aro de aço, patenteada pela primeira vez em abril de 1856 por R.C. Milliet em Paris, e por seu agente na Grã-Bretanha alguns meses depois, tornou-se extremamente popular. As crinolinas eram produzidas em massa em grandes quantidades, com fábricas em todo o mundo ocidental produzindo dezenas de milhares por ano.
Materiais alternativos, como osso de baleia, guta-percha e até borracha natural eram usados para fazer os aros, embora o aço fosse o mais popular. Em seu ponto mais largo, a crinolina podia atingir uma circunferência de até quatro metros, embora no final da década de 1860 as crinolinas estivessem começando a diminuir de tamanho, porque costumava causar dificuldades para passar por portas, embarcar nas carruagens e, em geral, se locomover.
As crinolinas eram usadas por mulheres de todas as classes e posições sociais em todo o mundo ocidental, desde a realeza até operárias. Isso levou a um amplo escrutínio e crítica da mídia, especialmente em revistas satíricas.
Em 1855, um observador da visita de estado da Rainha Vitória a Paris reclamou que, apesar do número de estrangeiros presentes, a moda ocidental, como a crinolina, havia diluído o vestido nacional a tal ponto que todos, turcos, escoceses, espanhóis ou tiroleses, se vestiam da mesma forma. Diz-se popularmente que a própria Rainha detestava a moda.
As crinolinas também eram perigosas se usadas sem os devidos cuidados, pois eram altamente inflamáveis. Para piorar a situação, naquela época, os materiais utilizados para limpar as saias de seda a seco tinham o petróleo como ingrediente base. Assim os resíduos mantidos nas peças as tornavam ainda mais suscetíveis de pegarem fogo.
Milhares de mulheres morreram em meados do século 19 por causa do incêndio de suas saias em arco. Junto com o fogo, outros perigos incluíam os aros sendo presos em máquinas, rodas de carruagens, rajadas de vento ou outros obstáculos.
Estima-se que, durante o final da década de 1850 e final da década de 1860 na Inglaterra, cerca de 3.000 mulheres morreram em incêndios relacionados à crinolina. Embora estatísticas confiáveis sobre fatalidades relacionadas à crinolina sejam raras, a reformadora social e estaticista inglesa Florence Nightingale estimou que pelo menos 630 mulheres morreram devido ao incêndio de suas roupas em 1863-64.
Um desses incidentes, a morte de uma ajudante de cozinha de 14 anos chamada Margaret Davey, foi relatado no The Times em 13 de fevereiro de 1863. Seu vestido, estendido por uma crinolina, pegou fogo quando ela parou na lateral da lareira para alcançar alguns colheres no console da lareira, e morreu em conseqüência de queimaduras extensas.
No início da década de 1870, a tendência da moda crinolina desapareceu e foi substituída pela anquinha ou tournure. Foi revivido periodicamente, principalmente após a Segunda Guerra Mundial como parte do New Look de Christian Dior. Hoje, a crinolina ainda é usada em ocasiões muito formais, como casamentos.
Esses estereocartões e imagens coletados neste artigo estão em exibição no Museu Nacional da Escócia em Edimburgo e oferecem um vislumbre da tendência de moda antiga das crinolinas.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários