A vida útil de 24 horas de uma efemérida é um importante elo na cadeia alimentar

Os ovos das efeméridas, popularmente conhecidas como borboletas-de-piracema, siriruias, aleluias ou sararás, eclodem em ninfas, as formas aquáticas que respiram através de brânquias. Elas podem ocupar uma grande variedade de habitats aquáticos onde se alimentam sobretudo de algas e detritos. No seu próximo estágio, emergem na superfície da água, desenvolvem asas e voam uma curta distância até à vegetação mais próxima. Os adultos formam grandes enxames aéreos durante o acasalamento, e morrem, em geral, em menos de 24 horas, após a oviposição.

O nome "efemérida" se origina do grego ephemeros, que significa "duração de um dia”, relacionando-se a essa vida efêmera dos adultos. Quando todos estes enxames morrem ao final de um dia, são encontradas em camadas e pilhas espalhadas por toda a paisagem. Este clipe da NatGeo Wild resume a loucura da mayfly, seu nome em inglês. Esse nome é dado porque se acreditava que as formas adultas viviam apenas em maio.

Ao se enterrar no fundo de lagos e redistribuir nutrientes, as efeméridas regulam indiretamente o fitoplâncton e a produção primária epibentônica. Assim que se enterram no fundo do lago, as ninfas começam a ondular suas guelras respiratórias. Esse movimento cria uma corrente que carrega partículas de comida pela toca e permite que a ninfa filtre a comida.

Outras ninfas de siriruias possuem mecanismos elaborados de alimentação por filtro, como a do gênero Isonychia. A ninfa tem patas dianteiras que contêm estruturas semelhantes a cerdas longas com duas fileiras de pelos entrelaçados, que formam o filtro pelo qual o inseto captura as partículas de alimento.

A ação da alimentação por filtro tem um pequeno impacto na purificação da água, mas um impacto ainda maior na convergência de pequenas partículas em matéria de uma forma mais complexa que beneficia os consumidores posteriormente na cadeia alimentar.

Quando as siriruias emergem de habitats aquáticos, como o rio Mississipi, sincronizam seu voo para formar enxames de mais de 80 bilhões de indivíduos, que aparecem no radar meteorológico. Enxames tão grandes que, nas cidades ribeiras, às vezes é necessário utilizar máquinas limpa-neves para promover a limpeza. Este segmento de notícias local da WCCO da CBS Minnesota relata sobre a limpeza anual.

O surgimento desses insetos fornecem alimento para uma grande variedade de animais, desde percas e outros peixes de água doce comercialmente importantes até pássaros e morcegos. Mas uma pesquisa realizada no ano passado concluiu que o número de efeméridas reduziu. Desde 2012, as populações do inseto diminuíram mais de 50% em todo o norte do Mississipi e no Lago Erie, provavelmente por causa da poluição e pela proliferação de algas.

A populações cada vez menos densas resultam grande preocupação, porque as aleluias representam um importante elo na cadeia alimentar, servindo de alimento para diversos predadores. Além disso, transferem quantidades abundantes de nutrientes da água para a terra, um valioso serviço ecológico.