Existem inúmeras maneiras de tentar transformar um globo em uma superfície bidimensional. Cada método tem seus méritos, mas nenhum deles fará uma superfície bidimensional sem deformar, esticar e distorcer. Esse é o ponto, em todos esses exercícios, um ponto que tem sido repetido ao longo dos anos à medida que os cartógrafos procuram maneiras melhores e mais precisas de transformar a esfera da Terra (ou esferóide oblato) em um retângulo representativo que preserve aproximadamente a escala dos continentes. Como mostram as demonstrações práticas, não é preciso saber geometria para ver que é impossível fazer isso com muita precisão. |
Um cartógrafo deve escolher um ponto focal, como fez Gerardus Mercator no século 16 em sua famosa projeção cilíndrica. Como o mapa foi desenhado por um europeu para uso por navegadores europeus, ele naturalmente colocou a Europa no centro, resultando em distorções extremas das massas de terra ao seu redor.
Estas foram corrigidas por projeções alternativas como o Mollweide, Goode Homolosine (o "mapa da casca de laranja") e a projeção de Robinson de 1963, que foi adotada para os mapas mundiais da Nat Geo em 1988, e aparece em um número cada vez mais crescente de outras publicações. Com efeito deveria substituir Mercator em muitas salas de aula.
A animadora canadense pioneira Evelyn Lambart fez "The Impossible Map" em 1947, vários anos antes do professor Arthur Robinson criar sua "Projeção Pseudocilíndrica com Linha Pólo", para a qual ele usou um grande número de simulações de computador por tentativa e erro.
Até hoje, nenhuma outra projeção usa essa abordagem para construir um mapa, nem mesmo a maioria dos softwares de mapeamento GPS, que ainda, em muitos casos, usa uma projeção "Web Mercator" para representar toda a Terra. Mas, embora o filme de Evelyn possa não ser tecnologicamente atualizado, é visual e pedagogicamente brilhante, explicando, com alguma narração básica e produtos fatiados, por que os globos ainda superam os mapas planos da Terra todas as vezes.
Alguns geógrafos acreditam que a projeção de Gerardus Mercator se tornou popular porque faz com que os países da Europa pareçam bem maiores do que realmente são, sugerindo que são grandes e poderosos. Por isso um historiador propôs em 2017 que o mundo passasse a utilizar o mapa de projeção de Gall-Peters (abaixo), como forma de "descolonizar" o plano de estudos de escolas públicas.
Mas há um porém o Gall-Peters mostra com precisão o tamanho das massas continentais, mas distorce as formas dos continentes como conhecemos. De modo que parece que estamos condenados a ter que escolher sempre entre o tamanho ou a forma precisa sem a opção de ter ambos.
A distorção da projeção de Mercator é tão grande que o Brasil, por exemplo, parece ter metade de seu tamanho. A maior distorção pode ser encontrada na Groenlândia que parece ser maior que a África, quando na verdade, a África é 14 vezes maior. Só para que se tenha a ideia da desproporcionalidade os círculos da seguinte imagem tem todos em torno de 800 km de raio.
Nosso país, com seus 8.516.000 km² de área, é quatro vezes maior que a Groenlândia, com 2.166.000 km². Mas na projeção de Mercator o país gelado parece ser maior que toda a América do Sul.
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