Capturam pela primeira vez em vídeo uma ursa-polar caçando e comendo uma rena

A natureza voltou a assombrar um grupo de cientistas que se encontravam perto da estação polar em Hornsund, parte do arquipélago de Svalbard no norte de Noruega. Eles gravaram imagens de uma ursa-polar caçando e comendo uma rena, algo que nunca antes tinha sido registrado por uma câmera. Os cientistas detectaram o que parecia uma ursa-polar perambulando perto da estação de pesquisa, mas não deram muita atenção. Mas em seguida viram a ursa levantando a cabeça e cheirando o ar antes de seguir em direção a cinco ou sete caribus que pastavam perto da costa.

Nesse instante, a ursa se aproximou lentamente do grupo antes de investir contra uma rena que se lançou às águas próximas, tentando escapar do ataque. No entanto, a ursa-polar o seguiu e finalmente afundou suas garras na presa a uns 25 metros da costa. Depois de uma longa luta na água, onde o caribu foi submerso repetidamente, ambos se aproximaram de terra, momento em que o urso começou a rasgar a rena e comer a carne.

Contam os pesquisadores que a ursa demorou ao redor de duas horas em comer a maior parte do animal. Depois do banquete, a ursa-polar tirou uma soneca de 12 horas perto e quando acordou voltou a carcaça para aproveitar a sobra. Trata-se da primeira vez que todo o ato foi completamente documentado e filmado. Como explicavam os autores do estudo publicado em Polar Biology:

- "Fontes anteriores a 2000 afirmam que os ursos-polares não atacam os caribus de Svalbard. Este relatório é a primeira descrição e documentação do curso completo de uma caça de renas adultas por um urso-polar em Hornsund."

A razão destes ataques a renas? Segundo a pesquisa, deve-se à redução da camada de gelo na região. O Ártico é um dos lugares da Terra mais afetados pela mudança climática. O aumento da temperatura do ar e do mar provocou um aumento da perda de gelo marinho no Ártico, e com menos gelo marinho ao redor, os ursos polares são conduzidos terra adentro e isolados de sua presa típica, as focas.

Em qualquer caso, explicam que não há que temer pelas renas da zona. O número aumentará ainda mais à medida que o clima da tundra esquente, o que significa que há pouco risco de que os ursos-polares esgotem a população de Svalbard.