Segundo dica do amigo Rusmea, via Facebook, Kevin emitiu uma ordem executiva, com a condição de que Julius não volte a solicitar a comutação, indulto ou liberdade condicional. Julius foi condenado a morte em 2002 pelo assassinato a tiros em 1999 de Paul Howell, um executivo de seguros, durante um roubo de seu carro.

Julius alega que foi condenado pelo verdadeiro assassino, um amigo de escola e co-acusado, que foi a principal testemunha contra ele. Junto com sua família mantém que estava em sua casa a noite do assassinato de Howell, comendo e jogando com seus irmãos, mas o júri nunca escutou essa informação no julgamento.

A informação das transcrições do julgamento revelam que as testemunhas identificaram Julius como a pessoa que disparou e o situaram junto ao veículo roubado de Howell. Mais especificamente, a irmã de Howell, Megan Tobey, declarou ante a Junta de Indultos e Liberdade Condicional do Estado que viu Julius disparar em seu irmão na entrada da casa de seus pais em Edmond, um subúrbio de Oklahoma.

- "Sabemos que o governador Stitt teve que tomar uma decisão difícil", disse na quinta-feira a família Howell em uma declaração. -"Nos consuela que sua decisão tenha afirmado a culpabilidade de Julius Jones e que não poderá solicitar nem ser conceituado para uma comutação, indulto ou liberdade condicional durante o resto de sua vida."

O caso de Julius ganhou proeminência após um documentário de três episódios "The Last Defense" ("A última defesa"), em 2018, destacar sua alegação de inocência e atraiu a atenção de numerosas figuras esportivas, como as estrelas da NBA, Russell Westbrook, Blake Griffin e Traz Young, e o marechal de campo da NFL Baker Mayfield, quem instaram Kevin Stitt a comutar a sentença de morte de Julius.

Um teste de DNA iniciado pela equipe da defesa de Julius nesse mesmo ano, vinculou-o ainda mais com o assassinato de 1999. Os investigadores encontraram a arma homicida envolvida em um lenço com o DNA de Julius em um espaço da cobertura sobre seu dormitório. Mas Julius afirmou em sua solicitação de comutação que a arma e o lenço foram colocados ali pelo verdadeiro assassino, que visitou a casa de Julius após o assassinato.

O promotor do condado de Oklahoma, David Prater, e o ex-fiscal geral do estado, Mike Hunter, disseram anteriormente que há provas avassaladoras contra Julius. O atual promotor geral de Oklahoma, John O'Connor, disse na quinta-feira que respeita a decisão de Stitt de comutar a pena, mas que segue convencido da culpabilidade de Julius.

- "Estamos muito decepcionados pelo fato de que, após 22 anos, quatro apelações, incluída a revisão de 13 juízes de apelação, o trabalho dos investigadores, promotores, júris e o juiz de primeira instância tenha sido deixado de lado", disse O'Connor.

A socialite Kim Kardashian também tinha pedido a Stitt que mudasse a sentença de Julius. Na quinta-feira, agradeceu a Stitt e à junta estatal de liberdade condicional.

- "Estou muito agradecida a todos que usaram sua voz e ajudaram a salvar a vida de Julius hoje", disse no Twitter.

Em outubro, Oklahoma realizou a primeira execução no estado em seis anos de um condenado à pena capital, após uma moratória nas execuções devido à preocupação por seus métodos de injeção letal.