Há cinco espécies de rinocerontes no mundo: dois na África e três na Ásia. Quatro estão ameaçadas, e três encontram-se em perigo crítico de extinção. Na África, o rinoceronte-negro, que costumava pastar por todo o leste e sul do continente, viu desaparecer a metade de suas subespécies. E o rinoceronte-branco, que viu florescer uma de suas subespécies graças aos programas de proteção, tem outra subespécie a ponto de desaparecer. Em 2018 morreu Sudão, o último macho de rinoceronte-branco-do-norte, e só restaram duas fêmeas em cativeiro; uma delas como última esperança de sua estirpe, se conseguisse ter crias mediante reprodução assistida. |
Na Indonésia, o rinoceronte-de-Java (Rhinoceros sondaicus), o menor dos rinocerontes, que uma vez foi a espécie mais abundante da Ásia, viu cair tanto sua população que hoje só sobrevivem 60 indivíduos. E o rinoceronte-de-Sumatra (Dicerorhinus sumatrensis), dos quais restam apenas 100 animais, sobrevive em uma localização secreta para que os caçadores furtivos não descubram.
Os rinocerontes são especialmente vulneráveis à caça furtiva porque seus cornos atingem preços de até 300.000 dólares no mercado negro. Ainda que não seja mais que queratina, a medicina tradicional chinesa atribui poderes curativos ao corno do rinoceronte, que é vendido em pó para coisas tão estúpidas como curar câncer ou por suas propriedades afrodisíacas.
Muitas foram as propostas para proteger os rinocerontes. A Índia armou seus cuidadores e deu-lhes a ordem de disparar e matar quaisquer caçadores furtivos que aparecessem para incomodar os rinocerontes indianos (Rhinoceros unicornis), um verdadeiro trator. A África do Sul começou a injetar veneno nos cornos dos animais para afugentar os consumidores. O Quênia optou por criar consciência à sociedade através das redes sociais.
Antes de morrer, Sudão atingiu uma grande popularidade em todo mundo depois de aparecer em uma campanha do Tinder. Não procurava o amor, senão arrecadar fundos para o desenvolvimento de novas técnicas de fertilização in vitro para os mamíferos perissodáctilos.
São ideias desesperadas, mas não tão estranhas como transladar os rinocerontes em avião até a Austrália, aproveitando que o país tem biomas adequados para eles. Existe um grupo chamado Australian Rhino Project que quer introduzir uma população considerável de rinocerontes brancos e negros tanto na Austrália como na Nova Zelândia para que vivam em semi-cativeiro, como se fossem uma "cópia de segurança"” das populações africanas.
Graças às doações dos australianos, o grupo já conseguiu transladar várias dezenas de rinocerontes geneticamente diversos, e enviou várias crias a uma savana africana artificial perto de Adelaide para iniciar uma população sem a ameaça dos caçadores furtivos. Apesar destes avanços, os organizadores precisam de mais dinheiro. Concretamente, 4 milhões de dólares para realizar o projeto.
O Projeto de Rhinos Australianos" defende que os rinocerontes introduzidos na Austrália serão só um "seguro" em caso que as espécies se extingam em seus habitats naturais na África, mas ainda assim receberam dura críticas da comunidade científica, devido à própria fragilidade do ecossistema do país.
O especialistas em conservação Matt Hayward escreveu no The Conversation que os rinocerontes devem ser conservados na África, não serem levados à Austrália, e que o dinheiro estaria melhor investido em atividades contra a caça furtiva em países como África do Sul para aumentar a capacidade local.
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