Como grupos antivacinas nas redes sociais alimentaram a violência na Holanda

Depois de três noites de agitação em várias cidades holandesas, há preocupações que o Facebook não esteja conseguindo remover o conteúdo antivacinas de comunidades que não falam inglês, devido à falta de moderadores em idiomas estrangeiros. A Holanda viu protestos violentos no fim de semana passada, depois que o país impôs uma quarentena parcial em resposta a um aumento recorde de casos de covid-19. Ativistas antivacinas holandeses, inspirados por desinformações, se envolveram na organização dos comícios atiçando as chamas da violência online.

Quinze pessoas foram presas em Rosendaal, disse a polícia local depois que os manifestantes se envolveram em um incêndio em uma escola e dispararam poderosos fogos de artifício. Os manifestantes também dispararam fogos de artifício e causaram grandes danos nas cidades de Enschede, Groningen, Leeuwarden no norte e Tilburg no sul.

Tudo começou na sexta-feira, quando uma "orgia de violência" estourou em Roterdã. Cerca de 51 pessoas foram presas e sete ficaram feridas. Cinco policiais ficaram feridos em Haia na noite de sábado em confrontos com manifestantes, que atiraram pedras, queimaram bicicletas e dispararam fogos de artifício. Dezenove pessoas foram presas.

Moradores do bairro Schilderswijk, onde ocorreram os confrontos, atribuíram a violência à frustração e à falta de perspectivas dos jovens, agravada pelas restrições de saúde. Além dessa frustração, existem os planos do governo holandês de introduzir as chamadas medidas "2G", que proibiriam certos locais para não vacinados, incluindo bares e restaurantes.

Meta, dona do Facebook, disse ao Newsnight que está investigando os grupos sinalizados pelo programa e que eles removem informações e conteúdos prejudiciais que incitam a violência quando a empresa toma conhecimento do assunto.