Uma nave espacial lançada pela NASA fez o que dantes se cria impossível. Em 28 de abril, a Sonda Solar Parker adentrou com sucesso a coroa do Sol, um meio extremo de aproximadamente 1,1 milhões de graus centígrados. O momento histórico foi conseguido graças a uma grande colaboração de cientistas e engenheiros, entre eles membros do Centro de Astrofísica Harvard e Smithsonian (CfA) que construíram e supervisionam um instrumento importante (copo de sonda solar) a bordo da sonda que recolhe partículas da atmosfera do Sol e que ajudaram os cientistas a verificar que a nave espacial tinha cruzado efetivamente a coroa. |
- "O objetivo de toda esta missão é aprender como funciona o Sol. Podemos conseguir voando para a atmosfera solar",
A coroa é a camada mais externa da atmosfera do Sol, onde os fortes campos magnéticos aglutinam o plasma e impedem a saída dos ventos solares turbulentos. O ponto de Alfvén é quando os ventos solares superam uma velocidade crítica e podem se libertar da coroa e dos campos magnéticos do Sol. Antes de 28 de abril, a nave espacial tinha voado justo acima deste ponto.
- "Se observamos imagens do Sol em primeiro plano, às vezes vemos estes ciclos brilhantes que parecem se libertar do Sol, mas depois voltam a se ligar com ele", explica Stevens. - "Essa é a região que voamos: uma área na qual o plasma, a atmosfera e o vento estão colados magneticamente e interagem com o Sol."
Segundo os dados recolhidos, a nave entrou na coroa três vezes em 28 de abril, em um certo momento durante até cinco horas. Um artigo científico que descreve a meta foi publicado na revista Physical Review Letters, onde o astrofísico do CfA Anthony Case diz que o instrumento copo de sonda solar em si é uma incrível façanha de engenharia.
A quantidade de luz que incide na Sonda Solar Parker determina o grau de aquecimento da nave, segundo explicaram os cientistas. Enquanto grande parte da sonda está protegida por um escudo térmico, o copo é um dos dois únicos instrumentos que sobressaem e não têm proteção. Está diretamente exposto à luz solar e funciona a uma temperatura muito alta enquanto realiza estas medidas; está literalmente ao vermelho vivo, com partes do instrumento a mais de 1.000 graus centígrados, e brilhando de cor vermelha alaranjada.
Para evitar a degradação, o dispositivo foi construído com materiais que têm altos pontos de fusão, como tungstênio, nióbio, o molibdênio e safira.
Mas o sucesso da Sonda Solar Parker representa bem mais que uma inovação tecnológica. Há muitos mistérios sobre a estrela mais próxima à Terra que os cientistas esperam que a sonda possa ajudar a resolver. Por exemplo, não sabemos realmente por que a atmosfera exterior do Sol é bem mais quente que o próprio Sol.
O Sol tem 5.500 graus Celsius, mas sua atmosfera tem uns 2 milhões de graus Celsius. Sabemos que a energia procede dos agitados campos magnéticos que borbulham através da superfície do Sol, mas não sabemos como a atmosfera do Sol absorve esta energia.
Ademais, os explosões do Sol, como as erupções solares e os ventos solares de alta velocidade, podem ter um impacto direto na Terra, interrompendo as redes elétricas e as comunicações por rádio.
A Sonda Solar Parker pode ajudar a compreender melhor todos estes fenômenos enquanto continua orbitando o Sol e tomando medidas e dados para que os cientistas os analisem aqui na Terra. Segundo o estudo, o plasma que rodeia o Sol pode atuar como um laboratório que nos ensina os processos que ocorrem em quase todos os objetos astronômicos de todo o universo.
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