Seu nome é Vales Marineris, mas conhecido popularmente como o grande cânion de Marte. O nome não se deve apenas porque não só é o maior desfiladeiro do planeta vermelho, senão que também é a maior formação deste tipo do Sistema Solar. Um novo estudo realizado por pesquisadores russos e publicado na revista Icarus revela que uma grande parte do fundo deste imenso cânion de 4.000 quilômetros de comprimento e até 7 de profundidade -para efeitos comparativos, o Grand Canyon do Colorado tem 800km de comprimento e 1,6 de profundidade) poderia ser água. |
A descoberta foi possível graças ao instrumento FREND (Detector de nêutrons epitérmicos de resolução fina) da sonda ExoMars Orbiter da Roscosmos. Ao passar sobre o Vales Marineris, FREND detectou uma concentração de hidrogênio massiva. A medida sugere que sob a superfície do fundo do desfiladeiro há água em algum tipo de estado, bem seja combinada com os minerais do próprio subsolo ou em forma de gelo.
- "Com a ExoMars Orbiter podemos examinar o que há no subsolo a um metro abaixo do manto de intemperismo superficial", explicou Igor Mitrofanov, físico na Academia Russa de Ciências e principal autor do novo estudo. - "FREND revelou ou área com uma quantidade de hidrogênio incomumente grande no sistema de cânions do Vales Marineris. Assumindo que esse hidrogênio esteja vinculado a moléculas de água, aproximadamente 40% do material sob a superfície dessa região é água."
Sabemos que há água em Marte. Os polos do planeta são ricos em gelo, mas a temperatura no equador -onde se encontra Vales Marineris- é bem elevada para que tenha água gelada na superfície. Até agora nessa faixa só tinham detectado água a muita altitude, mas parece que se a profundidade for suficiente as condições para sua conservação também ocorrem.
Os autores do estudo comparam o fundo de Vales Marineris com o permafrost da Sibéria, onde o solo está literalmente impregnado de água gelada. A região com água no subsolo detectada até agora tem uma superfície equivalente à da Holanda. O que ainda é um mistério é que tipo de particularidade geológica ou climática é a que torna possível a conservação desta água. Seja como for, a descoberta torna ainda mais interessante a ideia de que a próxima missão a Marte se centre neste desfiladeiro ainda inexplorado.
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