Uma equipe de pesquisadores conseguiu documentar pela primeira vez orcas caçando e se alimentando dos maiores animais do mundo: as baleias-azuis, segundo um novo estudo publicado na revista Marine Mammal Science. Os cientistas registraram três matanças de baleias azuis (Balaenoptera musculus) em frente à baía de Bremer, no sudoeste da Austrália; dois no primeiro quadrimestre de 2019 e um em março de 2021. As orcas (Orcinus orca) caçam quase todas as espécies de baleias e até antes de ditas cenas foram observadas atacando espécimes jovens de baleias-azuis, mas sem chegar a matá-las. |
- ""Este é o maior evento de predação do planeta: o maior predador abatendo a maior presa", disse Robert Pitman, ecologista marinho da Universidade Estatal do Oregon, Estados Unidos e coautor do estudo.
Nessas matanças, duas das presas eram jovens, mas a terceira era um animal adulto, aparentemente saudável, de uns 20 metros de comprimento. As orcas maiores atingem no máximo uns 9 metros. Estes delfinídeos, também conhecidos como "baleias assassinas", vivem em grupos e nas três caçadas, os pesquisadores contabilizaram até 50 orcas envolvidas na perseguição das baleias azuis, bem como vários grupos menores trocando papéis no ataque.
Robert compara a estratégia de caça empregada pelas orcas com a dos lobos. Ademais, considera que estas caçadas podem ser um bom sinal para as populações tanto das orcas como para as baleias azuis.
O número de orcas que habita todos os oceanos do mundo é desconhecido, mas dado a que elas não tem predadores naturais, a cota não é preocupante. No entanto, a baleia-azul é considerada uma espécie em perigo de extinção, devido a sua caça agressiva durante os anos 1900. Mas seu número vem aumentando gradativamente desde a década de 1960, quando foi declarada espécie protegida a nível mundial. Na atualidade estima-se que poderiam existir entre 5.000 e 15.000 baleias-azuis em todo o mundo.
Segundo o biólogo marinho, as baleias-azuis desde sempre fizeram parte da dieta das orcas, mas estas se viram obrigadas a procurar outras presas quando a população desses animais diminuiu drasticamente. Então, as caçadas documentadas agora, podem ser evidência de que as orcas estão voltando a sua antiga fonte de alimentos, à medida que a população de baleias-azuis aumenta.
Para Robert é pouco provável que as caçadas de baleias-azuis por parte das orcas representem uma ameaça existencial para a recuperação da população das primeiras.
- "Ninguém que ainda esteja vivo viu como era o oceano antes de que começássemos a caçar baleias", diz o pesquisador, motivo pelo qual as orcas da Austrália podem estar oferecendo uma olhada de como costumava ser o oceano na antiguidade.
Por outro lado, países como Japão, Noruega e Islândia argumentam que a caça a baleias é parte da cultura local e, por isso, deveria ser mantida de forma sustentável ou com a desculpa estúpida de caça científica. Ainda que hoje, o número de animais seja cuidadosamente monitorado, algumas espécies continuam em perigo e outras não são mais consideradas nessa situação, como a baleia-de-minke, a principal espécie caçada no Japão.
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