Algumas pessoas colecionam selos como hobby, outras decoram placas de carros, mas para um londrino, seu passatempo favorito é causar dor lancinante em seus membros injetando veneno de cobra. Steve Ludwin, 55, diz que fez isso mais de 1.500 vezes desde que começou em 1988. Não é apenas por puro prazer, ele está fazendo isso na esperança de encontrar uma cura para picadas de cobras venenosas em partes mais pobres do mundo onde os soros antiofídicos insistem em não chegar ou chegam quando já é tarde demais. |
- "As grandes empresas farmacêuticas não se importam com a África e a Ásia", diz ele, acrescentando que isso é um problema sério. Ele estima que cerca de 155.000 pessoas, principalmente na África, América do Sul e Ásia, morrem todos os anos desnecessariamente por picadas de cobra. E outro meio milhão é mordido e perde os membros.
- "É uma morte assustadora. O veneno de cobra fará com que você sangre pela gengiva e pelos olhos. Vai transformá-lo em um zumbi", disse ele.
Steve começou a injetar veneno de cobra no final de 1988 puramente para ver se era possível depois de conhecer alguém que fazia isso desde 1948, o herpetologista Bill Haast. No auge de seu hobby, Steve tinha 33 cobras venenosas, incluindo cobras e cascavéis, vivendo em um quarto de sua casa em Highbury.
Sua paixão por veneno realmente decolou depois que ele terminou a escola, quando voou para Londres e encontrou um emprego em uma empresa que vendia animais para zoológicos e laboratórios. Foi lá que ele se injetou pela primeira vez com veneno de cobra. Mas primeiro teve que aprender como obtê-lo, um processo conhecido como "ordenha".
- "Você coloca uma camada de filme sobre um copo, segura a cobra pela parte de trás da cabeça e faz com que ela morda o filme e o veneno escorre e se acumula no fundo", explica ele.
Mas o amor de Steve por veneno não afetou seu relacionamento, e sua namorada apóia muito o que ele faz. Embora ele tenha admitido que deve ser o único cara no planeta que tem que sentar alguém no segundo encontro e explicar que injeta veneno de cobra.
Ele afirma que não apenas nunca fica doente, mas que o veneno de cobra é o melhor para ele, com efeitos que duram dias após a injeção, tornando-o mais forte, mais rápido e mais resistente. Mas como dá para imaginar, quando você faz algo tão perigoso, quanto se injetar com veneno a cada 10 dias por 33 anos, as coisas inevitavelmente podem dar errado em algum momento. E deu!
Steve se lembra vividamente do momento em que, durante uma entrevista para a revista masculina GQ, acidentalmente injetou veneno em suas veias pela primeira vez, e sentiu imediatamente que ia desmaiar. Ele passou o resto da entrevista tentando impedir, com sucesso, o desmaio. Somente 24 horas depois ele voltou ao normal.
Steve descreve que quando ele se injeta, dentro de 15 minutos normalmente fica com um inchaço intenso. Ele até costumava se injetar a ponto de seu braço parecer o incrível hulk, com uma injeção no braço e outra no antebraço.
Ele se lembra de outra ocasião em que teve uma overdose de veneno depois de se injetar com uma mistura de três cobras, uma cascavel-oo-Pacífico-norte, uma víbora-de-cílios e uma víbora-da-árvore. Steve pretendia colocar “uma gota” em seu pulso e no antebraço esquerdo. Mas quando ele inseriu a agulha e pressionou, nada aconteceu.
Ele então se distraiu por um milissegundo e pressionou um pouco mais forte, e a coisa toda entrou.
- "Foi um show de horrores. Foi ruim, muito ruim", disse ele. - "45 minutos depois, minha mão estava do tamanho de uma luva de beisebol. E em uma hora meu lábio e minha língua estavam completamente dormentes."
Naquele momento, Steve pensou como as coisas tinham ficado ruins e que ele poderia realmente morrer. Felizmente Steve foi para o hospital algumas horas depois, mas só depois que seu colega de apartamento implorou.
Quando os médicos perguntaram qual cobra o havia picado, ele respondeu:
- "Foram três e eu injetei (o veneno) direto no meu braço.", disse aos médicos em verdadeiro descrédito sobre o que acabavam de ter ouvido.
Mas isso é muito perigoso. As hemotoxinas que atacam as células do sangue humano no veneno de uma víbora podem resultar em uma morte agonizante em menos de 30 minutos. As neurotoxinas de uma picada de cobra podem matar uma pessoa na metade desse tempo.
Steve está bem ciente de que seu hobby é extremamente perigoso e tem uma mensagem muito clara para qualquer outra pessoa que esteja pensando em fazer o que ele faz. E é para não fazer.
Toda esse vício por peçonha atraiu a atenção de profissionais médicos, e a Universidade de Copenhague realizou vários testes nele sem conseguir explicar porque Steve é imune ao veneno. O princípio básico -estabelecido pelo herpetologista pioneiro, Bill Haast, que morreu em 2011, aos 100 anos depois de se injetar quase 200 vezes com veneno de cobra- é que a exposição regular ao veneno resulta no desenvolvimento de imunidade do corpo.
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Comentários
Esse cara é tão louco que faz um curioso em usar crack parecer sensato em comparação.