A Arábia Saudita está transformando seu deserto em terras férteis

Grandes áreas do deserto foram transformadas em campos agrícolas. Essa transformação pode definitivamente ser chamada de uma grande conquista para um país. Especialmente quando esse país tem uma média pluviométrico de apenas 100 milímetros por ano. A Arábia Saudita é chamada de reino do deserto, e não é à toa! A riqueza disparou depois da descoberta de petróleo em seu solo. O país utiliza bilhões de dólares dos ganhos com o petróleo para alimentar muitos aspectos de sua economia e a vida de seus cidadãos. Um desses elementos é o abastecimento de alimentos.

Só para que se tenha uma ideia, a Arábia Saudita importa mais de 80% de seus alimentos com a receita do petróleo. Aproximadamente, apenas 1,5% da área de terra do país é arável, e a agricultura consome 80% do abastecimento limitado de água. Embora o país agora tenha segurança alimentar, a agricultura sempre mereceu um foco importante para aqueles que buscam aumentar a sustentabilidade do país e mitigar o perigo de falhas na rede global de fornecimento de alimentos.

A década de 1970 marcou o início de um sério desenvolvimento agrícola na Arábia ,e em 1990 passou a ser um dos maiores exportadores de trigo do mundo. Além do trigo, também exporta vegetais, frutas, laticínios e, lógico, tâmaras.

Isso tudo só foi possível devido ao incentivo de pesquisa e instituições de formação agrícola. Enormes canteiros circulares, semelhantes aos do deserto Wadi Rum no sul da Jordânia, perto da fronteira com a própria Arábia, estão espalhados todo o país. E também há fazendas no meio do deserto. Surpreendentemente, nos últimos 60 anos, a Arábia Saudita transformou 24.000 quilômetros quadrados de deserto em terras férteis, uma área comparável a todo o estado de Alagoas.

Quando falamos sobre a região montanhosa ocidental do país, a água da chuva e fluxos de volta ao mar não são utilizados. Isso significa que a Arábia Saudita está sofrendo com a perda de água e isso também afeta sua agricultura. Mas para atender às necessidades de seu povo, o país planejou com inteligência e criou terraços nas montanhas para reter a água e dar vida ao solo.

Ademais há projeto bilionário sendo implantado. O governo lançou o plano Al-Baydha para gerenciar a água de enchentes que estava indo diretamente para o mar sem uso. Se toda a costa oeste for coberta por este projeto, 30 milhões de acres podem ser transformados em terras agrícolas. Mas isso vai custar bilhões de dólares e tempo.

Positivamente, a capacidade agrícola da Arábia Saudita pode ser multiplicada por um mínimo de 6 vezes, o que aumentará o PIB em até 5%. Será útil reverter a desertificação, pois os gases de carbono serão novamente fixados no solo fértil e isso resultará em mais chuvas na região.

Para abastecer a população com água potável, a Arábia Saudita está usando outra tática. Isso é usar plantas de dessalinização para dessalinizar a água do mar em água doce. Um dos métodos de dessalinização usa gases térmicos e o outro é por osmose reversa baseada em membrana que funciona usando eletricidade. Esta eletricidade é gerada pela energia nuclear.

Entendeu o método de transformação de energia? Para tornar uma terra verde, eles precisam de água e para a água precisam dessalinizá-la, para a dessalinização é necessário energia nuclear. Tudo isso está interligado e de certa forma o país está usando a energia nuclear para criar oásis nos desertos. Também foram criadas instalações para tratar o escoamento urbano e industrial para irrigação agrícola.

O país é naturalmente árido, recebendo pouca precipitação anual e suportando apenas vegetação esparsa. É surpreendente que qualquer coisa possa crescer em uma terra queimada pelo sol, mas as regiões desérticas da Arábia Saudita mostram que isso é possível utilizando soluções inteligentes que lançam mão das tecnologias atuais.