Em 1901, David Hänig publicou uma pesquisa que levou ao que conhecemos hoje como "mapa da língua": uma ilustração que divide a língua em quatro áreas separadas. Desde então, foi publicada em livros didáticos e jornais. Há apenas um problema: o mapa está errado. Então, como equívocos como esse se espalham e o que torna um fato falso tão fácil de acreditar? Neste TED-Ed revelam como a desinformação brota e cresce em detalhes distorcidos que são facilmente repetidos e aceitos em uma determinada comunidade ou grupo que "quer ou precisa acreditar" nela. "Hello terraplanistas!" |
Esses fatos falsos alimentam a desinformação, informações falsas espalhadas deliberadamente e muitas vezes secretamente -como pelo plantio de rumores- para influenciar a opinião pública ou obscurecer a verdade. A lição foi escrita por Joseph Isaac e animada por Bálint Halasi.
O "mapa da língua" lembra muito outra bobagem que anda por ai desde os anos 60: a lateralidade do cérebro. O problema é que essa mentira contada muitas vezes ganhou status de teoria quando não passa de uma hipótese muito mal formulada. Então é necessário desmenti-la uma vez e outra para que as pessoas parem de repeti-la.
As origens dessa estória de hemisfério esquerdo/direito do cérebro residem em uma série de 16 operações feitas nos anos 60 e 70 para tratamento de epilepsia. Os 16 pacientes permitiram que ademais os médicos estudassem o seu funcionamento cognitivo, e isso acabou sendo uma infeliz oportunidade para a má interpretação do que era, na essência, uma experiência com dados limitados. Nos anos 70, algumas revistas populares publicaram artigos afirmando, que "duas pessoas diferentes habitam nossos cérebros. Uma é verbal, analítica, dominante e a outra é artística." Pronto daí a desinformação se espalhou e continua ai até hoje.
Mitos sempre foram uma forma de tentarmos explicar qualquer coisa desconhecida e, nessa busca por sentido, as pessoas acabam criando generalizações. Apesar de parecer uma estratégia razoável, a explicação utilizando a teoria do lado direito/esquerdo acabou introduzindo alguns conceitos distorcidos.
Estudos e pesquisas sobre a lateralização do cérebro, que analisaram as diferenças entre os hemisférios, nunca sustentaram a hipótese do lado direito/esquerdo, uma vez que ambos os hemisférios contribuem para os processos de lógica e criatividade, de fato, hoje a neurociência já sabe que o cérebro possui uma especialização por região, fazendo com que certas regiões se especializem em processar algumas funções, mas essas regiões não são tão amplas quanto os hemisférios.
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