Invasão da Rússia na Ucrânia destruiu o maior avião do mundo

Conhecido como Mriya, o avião de carga Antonov-225 da Ucrânia era uma meta na aviação. Conceituado como o maior do mundo até o primeiro vôo experimental do Stratolaunch em 2019, também era a aeronave mais pesada da história com 640 toneladas. Todos estes dados agora são passado. A invasão da Rússia em solo ucraniano levou por diante esta jóia da aviação que, entre outras marcas, também tinha o recorde mundial absoluto de transporte de carga aérea: 189.980 kg em um único vôo.

A notícia foi dada por funcionários públicos ucranianos. Ao que parece, o avião encontrava-se estacionado em um aeródromo perto de Kiev quando foi atacado por "ocupantes russos", disseram as autoridades ucranianas. Segundo explicou pouco depois o ministro de Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba:

- "A Rússia possa ter destruído nosso 'Mriya'. Mas nunca poderão destruir nosso sonho de um estado europeu forte, livre e democrático. Prevaleceremos!"

Ontem domingo, a companhia de defesa estatal ucraniana Ukroboronprom, que administra o Antonov, emitiu um comunicado no que dizia que o avião tinha sido destruído, mas que seria reconstruído a expensas da Rússia, um custo que calculou em 3 bilhões de dólares:

- "Estima-se que a restauração tomará mais de 3 bilhões dólares e mais de cinco anos. Nossa tarefa é garantir que estes custos sejam cobertos pela Federação Russa, que causou danos intencionais à aviação e ao setor de carga aéreo de Ucrânia."

O avião tinha estava em terra perto de Kiev em 24 de fevereiro em manutenção. Segundo o diretor da Antonov Airlines, um dos motores foi desmontado para ser consertado e o avião não podia decolar nesse dia, ainda que deram as ordens correspondentes.

Como dizíamos, o avião era único no mundo, com 84 metros de comprimento podia transportar até 250 toneladas métricas de carga a uma velocidade de até 850 quilômetros por hora.

Construído inicialmente como parte do programa aeronáutico soviético, o An-225 realizou seu primeiro vôo em 1988. Depois de anos sem voar, após a queda da União Soviética, a única cópia existente fez um vôo de prova em 2001 em Gostomel, a uns 20 quilômetros de Kiev.

Desde então, foi operado pela Antonov Airlines da Ucrânia para vôos de carga teve uma grande demanda durante o começo da pandemia de covid-19.