Manifestantes anti-guerra na Rússia estão sendo detidos pela polícia por segurar cartazes em branco como parte de manifestações de protesto contra a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin. À medida que as manifestações em massa contra a invasão da Ucrânia pela Rússia continuam se intensificando, uma mulher em Níjni Novgorod, no centro da Rússia, foi presa no domingo por protestar com um sinal em branco. Um vídeo do incidente compartilhado nas redes sociais, que se tornou viral, mostra o momento em que dois policiais se aproximam da mulher e a escoltam para longe da multidão. |
- "A polícia de Níjni Novgorod prendeu uma manifestante hoje por protestar com um cartaz em branco. Bem-vindo à Rússia em 2022", tuitou Kevin Rothrock, editor da edição em inglês do jornal independente Meduza.
Em outro caso semelhante, na cidade de Rostóvia do Dom, no sul da Rússia, a polícia prendeu a ativista Anastasia Nikolaeva poucos dias após o início da invasão, de acordo com o grupo independente russo de direitos humanos OVD-Info. O grupo disse que ela foi considerada culpada de desobedecer a um policial depois de realizar um piquete de uma única pessoa segurando uma cartolina em branco.
Outro homem teria sido preso na Praça Kirov em Ecaterimburgo em 6 de março por se manifestar com um cartaz em branco, de acordo com uma agência de notícias independente local. As prisões ocorrem em meio a repressão generalizada contra manifestantes anti-guerra na Rússia.
Em 25 de fevereiro, o Comitê de Investigação da Rússia emitiu um comunicado alertando os cidadãos de que poderiam ser presos por organizar ou participar de protestos ilegais.
- "Todas essas ofensas, como antes, receberão uma avaliação legal adequada, e as pessoas que cometeram ações ilegais enfrentarão a punição apropriada", dizia o comunicado.
Em sua última atualização em 13 de março, o OVD-Info, que monitora as prisões durante os protestos, disse que desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, 14.853 manifestantes foram detidos em 151 cidades russas.
- "No domingo, 13 de março, os comícios contra a guerra aconteceram mais uma vez em muitas cidades russas. De acordo com nossos dados, às 21h42, mais de 866 pessoas em 37 cidades foram detidas. Moscou, São Petersburgo, Khabarovsk, Novosibirsk, Vladivostok, Ecaterimburgo, Komsomolsk-on-Amur, Irkutsk, Barnaul, Tomsk e Perm. Esta não é uma lista completa", disse a ONG.
A ativista e sobrevivente do cerco nazista a Leningrado quando bebê Yelena Osipova, de 77 anos, se tornou viral nas redes sociais depois que foi presa por um grande grupo de policiais de choque por protestar contra a invasão russa. Ela ficou algumas horas na delegacia e depois foi dispensada com ameaças de que não teria a mesma sorte se fosse presa novamente. Dois dias depois ela voltou às ruas para protestar, agora já apelidada de "consciência de São Petersburgo".
De acordo com a agência de notícias russa independente SOTA, o residente de Ivanovo Mikhail Gusev foi preso e acusado de desacreditar o exército russo depois que ele foi autuado segurando uma placa com a inscrição "Parem a Guerra!".
A legislatura da Rússia aprovou uma legislação no início de março que impõe penas de prisão de até 15 anos para aqueles que chamam sua "operação militar especial" na Ucrânia de guerra ou invasão. Desde então, vários grandes meios de comunicação deixaram de reportar da Rússia. Permanece apenas a maquinaria de desinformação do Kremlin, como Russian Today, Sputnik e outras do gênero.
Nesse momento todas as redes sociais na Rússia (exclusive o Telegram, que é controlado pelo Kremlin) estão calados. Ninguém consegue acessar FB, Twitter, Instagram, Youtube, Tiktok, entre outros. Putin não quer que o próprio povo saiba os crimes que ele vem cometendo em nome dos russos.
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Comentários
Que absurda essa notícia. Só pode ser uma fake news dos americanos e seu imperialismo. Magina que a mãe Rússia vai prender pessoas só por segurarem um papel branco. Vida longa ao nosso salvador Putin!!