Por que o sal de junco-de-rio produzido no Quênia é tão caro

Nas áreas do oeste do Quênia historicamente isoladas das principais rotas de sal, as comunidades locais desenvolveram um método distinto para extrair sal de uma planta aquática da família dos juncos. Pensa-se que as origens desta prática remontam ao século XVII, quando a comunidade de bukusu migrou do Congo para a costa leste. Desde então, a prática foi transmitida por gerações. Hoje em dia a produção de sal de cana é muito limitada: como requer um processo exigente e demorado, um sal marinho importado pela colonização britânica rapidamente o substituiu.

O sal é um tipo produzido a partir de juncos-de-rio, conhecidos localmente como muchua, que crescem exclusivamente ao longo do rio Nzoia. O junco-de-rio cresce na estação seca -de setembro a março-, atingindo uma altura de cerca de dois metros. Ele estará pronto para a colheita quando as flores murcharem e as folhas mais altas estiverem quase secas; antes disso, a concentração de sal é muito baixa.

O desmatamento em grande escala também fez baixar o nível dos rios, com a consequente redução das áreas pantanosas, onde crescem os juncos usados ​​para produzir o sal.

O único lugar onde o sal é tradicionalmente feito hoje é a aldeia de Nabuyole, no distrito de Webuye. Para produzir o sal, os feixes de juncos são dispostos em pedras à beira do rio e deixados para secar. Eles são então aquecidos em fogo lento por até três dias.

A cinza residual é misturada com água quente, filtrada e fervida em uma panela grande no fogo. Quando o líquido evaporar completamente, uma mistura salgada pura pode ser encontrada no fundo: são os cristais de sal, que, às vezes, são temperados com pimenta e tradicionalmente embalados em folhas de bananeira. As trouxas de sal depois secam durante a noite sob cinzas quentes.

O processo todo dura em média oito dias. Depois de secar, queimar e filtrar, os juncos se transformam em um dos sais mais caros do planeta. Apenas uma colher de sopa de sal de junco custa cerca de 5 reais no Quênia. Compare isso com os 4 centavos que os locais cobram pela mesma quantidade de sal marinho.