Quando olhamos para trás e compreendemos o quão longe chegamos como raça humana, parece absolutamente notável. De caça e cabanas a carros e dinheiro, certamente conquistamos um longo caminho. Enquanto sabemos que esta estrada está longe de ter fim, vamos fazer uma pausa e pensar em nossos antepassados. Como eles viviam? Quão difícil era? Somos capazes de viver como eles viveram? Para nós que vivemos com as amenidades da cidade, "não". Mas há gente vivendo em nosso tempo da mesma forma que nossos antepassados. |
Existem algumas tribos que vivem isoladas e ainda seguem a vida do passado. Essa é a história de um homem que é o último membro de sua tribo. Seu nome, sua tribo e a língua que ele fala são todos desconhecidos.
Residindo na Floresta Amazônica, ele fazia parte de uma tribo com um total de seis membros, cinco dos quais foram mortos por um grupo de grileiros em um ataque há 25 anos. Desde então, este homem -agora na casa dos 50 anos- vive uma vida solitária na Amazônia, sobrevivendo de porcos, macacos, pássaros e plantas.
Sua existência isolada foi descoberta em 1996, quando ele foi apelidado de homem mais solitário do mundo. O órgão do governo brasileiro, a FUNAI, o monitora desde então, para provar sua existência e renovar a ordem de restrição das terras em que circula.
Até 1998, apenas uma única foto desfocada dele estava disponível, que foi tirada por um cineasta e brevemente incluída em seu documentário. Em 2018 a FUNAI divulgou um vídeo dele -gravado em 2011- para conscientizar o mundo sobre as ameaças aos indígenas isolados no Brasil, que rapidamente se tornou viral.
Ele deixou bem claro que não deseja ser contatado pelo mundo exterior. Quando, em 2005, agentes da FUNAI tentaram abordá-lo para um contato amigável, ele disparou uma flecha. Testemunhando o que aconteceu com sua tribo no passado, é compreensível que ele considere o mundo exterior um lugar perigoso e prefira ficar sozinho.
Deste então, os servidores que o acompanham deixam apenas algumas ferramentas e sementes para plantio em locais que ele passa frequentemente. Por volta de 2012, a Funai registrou algumas roças de milho, batata, cará, banana e mamão plantadas pelo indígena, que vive basicamente desses alimentos e da caça.
Em 2009, quando as imagens de sua casa foram reveladas, ele foi apelidado de "Índio do Buraco”. As autoridades descobriram suas cabanas abandonadas e um poço foi visto dentro de cada uma delas. Inicialmente, acreditava-se que ele cavou esses buracos de 2 metros de profundidade para prender animais e se esconder, mas mais tarde alguns observadores especularam que eles poderiam ter significado espiritual para sua tribo.
Como resposta ao incidente de 2005, o governo brasileiro decidiu que seria melhor respeitar o desejo de privacidade do homem e proteger seu território para que ele possa viver em paz. Seu então território de 8.029 hectares, declarado fora dos limites de invasão e desenvolvimento, foi posteriormente ampliado em 3.000 hectares.
O que surpreende os servidores que acompanham a trajetória do indígena isolado das terras indígenas de Tanaru é a sua vontade de viver. Mesmo que ele tenha perdido tudo, como o seu povo e uma série de práticas culturais, provou que, mesmo assim, sozinho no meio do mato, é possível sobreviver e resistir a se aliar com a sociedade majoritária. Eu acredito que ele esteja muito melhor do que se, lá atrás, tivesse feito contato.
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