A espetacular e arruinada Tumba de Bibi Jawindi

A antiga cidade de Uch, fundada por Alexandre, o Grande, na província paquistanesa do Punjab, abriga vários monumentos funerários e santuários dedicados aos místicos muçulmanos, ou sufis, dos séculos XII a XV. Uma das mais belas certamente é a Tumba de Bibi Jawindi. Este túmulo octogonal é embelezado com um extenso trabalho de azulejos, mas agora está em estado de ruína. Bibi Jawandi era bisneta do famoso homem-santo Mīr Sayyid Jalāl ad-Dīn an-Naqwī al-Bukhārī, mais conhecido como Jahāniyān Jahānglynashtas ("aquele que vagueia pelo mundo", em alusão as suas muitas viagens.

Jahāniyān teve uma grande influência na vida de Bibi Jawandi por deixar uma impressão duradoura na Sociedade Muçulmana do Sul da Ásia. Ele implorava às pessoas que seguissem o modo de vida do profeta Maomé em fala, conduta e ação.

Ele viajou para muitos países e visitou Meca 36 vezes em sua vida, sempre aconselhando as pessoas a consumirem menos carne e oferecerem mais orações. Jahāniyān tinha em grande estima o solo do subcontinente indiano, pois acreditava que havia tocado os pés de Adão.

Bibi Jawindi morreu em 1403. Quase um século depois, em 1493, o príncipe Dilshad do Irã construiu um túmulo em sua memória. A tumba é construída de tijolos queimados em uma base octogonal com torres em cada canto do octógono. Uma única cúpula foi erguida acima de um tambor octogonal menor com janelas em arco.

O exterior do edifício tem três níveis, com o superior sustentando a cúpula, enquanto o interior é circular devido às grossas paredes angulares que se erguem em dois andares.

Tanto o interior como o exterior do edifício são ricamente decorados com escrituras islâmicas, madeira esculpida e mosaicos azuis brilhantes e brancos vitrificados.

Séculos de exposição aos elementos devastaram a estrutura. Metade dela desmoronou em uma pilha de tijolos e telhas quebradas. A outra metade foi reforçada, mas o perigo de colapso ainda existe por causa do ambiente desértico, umidade e infiltração de sal.

O local consiste em outros túmulos, o mais notável é o Santuário de Baha'al-Halim e o Túmulo de Ustead, o arquiteto que projetou o túmulo de Bibi Jawindi. Mas aqueles estão em estado ainda mais crítico.

O Fundo de Monumentos Mundiais colocou a estrutura sob sua guarda em 1998, 2000 e 2002 para atrair a atenção internacional e obteve doações para conservar os túmulos. No entanto, os métodos inadequados de reparo degradaram ainda mais o complexo.

Todo o complexo foi apresentado pelo Departamento de Arqueologia e Museus do Paquistão em janeiro de 2004 para ser incluído ao status de Patrimônio Mundial da UNESCO, mas, devido ao descaso das autoridades paquistanesas com o sítio, ainda está na lista provisória.