Uma pintura rupestre de 43.900 anos é a história mais antiga já registrada

Uma pintura rupestre de 43.900 anos foi descoberta em Celebes, uma das Grandes Ilhas da Sonda, na Indonésia, e agora acredita-se que a arte rupestre em seu interior é a história mais antiga já registrada. O mural parece retratar um safári, no qual os animais são expulsos da cobertura e em direção a caçadores armados. Maxime Aubert, arqueólogo da Universidade Griffith, em Queensland, Austrália, sugere que o mural pode não representar um cenário da vida real, mas sim um mito religioso ou uma história do folclore.

O raciocínio de Aubert decorre do aparecimento dos caçadores, que não são desenhados como seres humanos, mas híbridos animal-humano. Isso pode indicar que os caçadores estão usando máscaras, ou que os caçadores são "teriantropos", híbridos animal-humano comumente encontrados em pinturas antigas ao redor do mundo.

Se este for o caso, o mural não seria apenas a evidência mais antiga de narrativa registrada na história, mas também a primeira evidência de crença espiritual.

- "Não podemos saber se tem algo a ver com espiritualidade, mas pelo menos podemos dizer que esses artistas eram capazes dos tipos de conceituações de que precisamos para acreditar na religião, acreditar na existência do sobrenatural" disse Adam Brumm, parte da equipe de pesquisa.

A caverna onde o mural foi descoberto, Liang Bulu'Sipong 4, mede 4,5 metros de diâmetro e está localizada a 3 metros do chão. A caverna carece de qualquer evidência de habitação humana, o que sugere que pode ter sido um local sagrado.

- "Acessá-la requer escalada, e este não é um local de ocupação", disse Aubert. - "Então as pessoas iam lá por outro motivo."

Mas os arqueólogos podem estar correndo contra o tempo e o clima. Em quase todos os locais de arte rupestre em Celebes, eles notaram que a pintura, que durou dezenas de milhares de anos, está descascando.

- "Se você examinar as fotografias que publicamos da cena da arte rupestre, notará o quanto da arte se desfez", disse ele. - "Precisamos de financiamento para trabalhar com nossos colegas indonésios para descobrir por que essa arte profundamente antiga e globalmente significativa está esfoliando tão rapidamente em quase todos os locais e o que fazer a respeito."