Por que o metal de navios afundados da Segunda Guerra Mundial tem alta demanda?

O minério de ferro é um importante ingrediente industrial usado principalmente na siderurgia, e sua importância para a economia global suporta um alto nível de demanda dos países com as maiores reservas do mundo. Da Austrália passando pelo Brasil e chegando a Rússia, apenas alguns países reivindicam as maiores reservas de minério de ferro encontradas em todo o mundo. De acordo com o Serviço Geológico dos EUA, as reservas globais de minério de ferro bruto ficaram em cerca de 170 bilhões de toneladas em 2020, compreendendo 81 bilhões de toneladas de teor de ferro.

Se há tanta extração e fartas áreas ainda para explorar, por que então há alta demanda do metal de navios afundados? Se você deseja fabricar equipamentos médicos ou científicos altamente sensíveis, um método econômico é usar o metal de navios afundados da Segunda Guerra Mundial. Isso ocorre porque eles contêm o que é conhecido como "aço de baixo fundo".

Todo o aço produzido após os bombardeios atômicos de 1945 em Hiroshima e Nagasaki está contaminado com radionuclídeos, ou isótopos radioativos. O ar é necessário no processo de fabricação do aço, e qualquer aço feito com ar atmosférico tem uma grande chance de conter partículas radioativas, um efeito colateral dos mais de 1.900 testes nucleares realizados desde a Segunda Guerra Mundial.

O aço usado para fazer navios da Segunda Guerra Mundial não foi apenas produzido antes dos testes atômicos, mas também permanece isolado da radiação atmosférica pelas profundezas do oceano. Na era moderna, é possível produzir aço não radioativo em um ambiente controlado, mas esse é um processo mais caro do que simplesmente resgatar o metal do fundo do mar.