O chapéu Panamá tem um nome infame. O chapéu de palha feito à mão na verdade vem do Equador. Os trabalhadores da construção do Canal do Panamá usavam os chapéus, pois suas abas largas os protegiam do sol forte e quente. Em 1906, o presidente dos Estados Unidos Theodore Roosevelt inspecionou a construção do canal em um terno de linho branco com um dos chapéus equatorianos. Fotos de Roosevelt involuntariamente lançaram uma tendência da moda, e o nome pegou. O verdadeiro chapéu Panamá é o "chapéu pintado", também conhecido como pinta'o. |
O pinta'o originou-se na província de Coclé, a sudoeste da Cidade do Panamá, onde os chapéus são feitos ainda hoje. Como o chapéu Panamá, o pinta'o também é tecido à mão com fibras naturais, mas é definido por intrincados padrões escuros que são tecidos em todo o chapéu. É necessário um artesanato requintado para criar o sombrero a partir das fibras de várias plantas locais, cujo design final cria a aparência de um "chapéu pintado".
- "A tradição do pinta'o remonta a 200 anos", diz Marelys Montero de Monteza, coordenadora artesã do Ministério da Cultura de Coclé, que trabalha na preservação e conservação do patrimônio cultural do país por meio da promoção da arte e da cultura. - “O chapéu destaca técnicas, expressões ancestrais, cuidado com as plantas e criatividade nos desenhos que foram transmitidos de geração em geração. É um importante motivo cultural que está enraizado nos costumes do povo e um símbolo de orgulho para qualquer panamenho."
O chapéu pinta'o faz parte do traje típico do Panamá para homens, mulheres e crianças. Na verdade, muitos panamenhos rurais têm dois chapéus pinta'o. A versão mais elaborada é usada para ocasiões especiais, incluindo missa dominical, danças folclóricas, casamentos, aniversários e celebrações comunitárias.
De acordo com um relatório do Ministério da Indústria e Comércio do Panamá, o banco de dados do Registro de Artesãos lista 341 fabricantes de pinta'o. A maioria dos artesãos são parentes, pois a confecção de chapéus é um assunto doméstico.
Pode levar semanas ou meses para completar um pinta'o, a maioria dos quais são feitos a pedido para combinar com o gosto do cliente. Quanto mais intrincado for um pinta'o, mais caro ele será. Um chapéu com menos de 15 voltas de fibra leva aproximadamente dez dias para ser feito e custa em torno de 500 reais, enquanto um design mais complexo com mais de 24 voltas pode levar 90 dias para ser feito e custar mais de 5 mil.
Em 2017, a Unesco inscreveu o pinta'o em sua Lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, que homenageia conhecimentos, tradições e rituais que são parte intrínseca de uma cultura.
- "Os artesãos cultivam as plantas, trabalham as matérias-primas, trançam as fibras e fazem com elas esse chapéu, que faz parte da vestimenta de todas as regiões do país em danças folclóricas e festas comunitárias", observou a Unesco em sua decisão. Depois de tomar a decisão em reunião do seu Comitê Intergovernamental de Salvaguarda do Patrimônio, a agência disse: - "Esta prática artesanal fomenta a solidariedade social, uma vez que se incentiva a criação de cooperativas e grupos de chapeleiros e produtores."
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