A captura da lagosta na costa brasileira é bem satisfatória, gerando lucros internacionais graças a sua exportação, de fato, atualmente ela é um dos frutos-do-mar que mais geram receita. No entanto, segundo estimativas, somente cerca de 10% das lagostas capturadas em nosso país são consumidas por nós. A lagosta já foi um produto muito caro, mas depois da carcinicultura (criação de camarões e lagostas em cativeiro) das espécies Panulirus laevicauda e da Panulirus argus o preço ficou mais módico, uns 150 reais o quilo, ainda que elas não tenham o mesmo sabor das espécies selvagens. |
Há quem ainda possa achar que continua muito cara, mas carcinicultura é, de certa forma, sensível. O crustáceo demora a crescer, come bastante e é muito suscetível a doenças. Seus ovos são difíceis de cuidar, e o seu transporte não é simples. É necessário manter um ambiente com as condições propícias como umidade elevada, nível adequado de oxigênio e temperatura baixa.
A lagosta selvagem européia é ainda mais cara e rara. Foi consumida historicamente pelas famílias reais e aristocráticas da França e da Holanda e é vista em pinturas holandesas dos séculos XVI e XVII. Já na América do Norte, a lagosta americana era tão abundante que era usada como fertilizante de jardim. Imagine seus vizinhos invadindo sua horta para roubar fertilizante.
Com efeito, nos EUA, a lagosta não se tornou um alimento popular até meados do século 19, quando os nova-iorquinos abastados desenvolveram o gosto pela iguaria. Mais tarde alguém inventou as vitrines expositoras com lagostas vivas; grandes supermercados compraram a ideia e a prática se consolidou.
No entanto, nos velhos tempos, comer lagosta era considerado uma marca de pobreza ou como alimento para empregados ou membros inferiores da sociedade americana. As pessoas nas regiões dos estados do Maine e Massachusetts enterravam as cascas do crustáceo em vez de jogá-las no lixo, para que os vizinhos intrometidos não soubessem que eles estavam realmente comendo a coisa.
Antes da Revolução Americana, os estivadores de Boston entraram em greve, protestando por terem que comer lagosta mais de três vezes por semana. Verdadeira opressão da classe trabalhadora comer essa "aranha blindada"! Os empregados especificavam nos contratos de trabalho que não teriam que comer lagosta mais de duas vezes por semana, pobres-diabos!
Dizem também que os presos deste dois estados faziam "panelaço", quando a cantina do presídio servia lagosta. Hoje em dia nos gabamos para os vizinhos de comer lagosta, sempre incluindo quanto custa, lógico.
O peso das lagostas que são capturadas para o consumo humano geralmente varia de 1 a 2 quilos, mas segundo o Guinness o maior espécime capturado na Nova Escócia, Canadá, pesava 20 quilos. Imagine uma ceia para toda a família.
Semelhante a seus parentes distantes, o camarão e o caranguejo, elas possuem cinco pares de pernas, sendo que o primeiro par é constituído de duas garras. Essas garras servem para que a lagosta triture os alimentos, onde uma é maior que a outra. A menor tem a função de fazer a captura das presas que servirão de alimento. Outra curiosidade é que elas nunca ficam sem as pernas? Quando ela perde uma perna, outra cresce imediatamente para substituí-la.
Os cientistas dizem que as lagostas podem apresentar "senescência insignificante" e podem efetivamente viver indefinidamente, salvo por ferimentos, doenças, captura ou queda em água fervente.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários