O Brasil é um dos poucos países do mundo que realmente abraçou a sua miscigenação. Lógico, existe racismo, mas aqui você não vai ver um político conclamar a preservação da sociedades como ocorreu na China há um par de anos. Em meio à pompa das reuniões anuais do parlamento chinês em Pequim, um político orgulhosamente compartilhou com os repórteres sua proposta sobre como "resolver o problema da população negra em Guangdong". A província é amplamente conhecida na China por ter muitos migrantes africanos e Pan Qinglin acha que os africanos trazem muitos riscos de segurança. |
Como membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, o principal órgão consultivo político do país, Pan instou o governo a controlar estritamente o povo africano que vive em Guangdong e em outros lugares.
- "Irmãos negros costumam viajar em massa; eles saem à noite nas ruas, boates e áreas remotas. Eles se envolvem em tráfico de drogas, assédio de mulheres e brigas, o que perturba seriamente a lei e a ordem em Guangzhou", disse Pan. - "Os africanos têm uma alta taxa de AIDS e o vírus Ebola que pode ser transmitido através de fluidos corporais. Se sua população continuar crescendo, China mudará de um estado-nação para um país de imigração, de um país amarelo para um país preto e amarelo."
O pior é que nas mídias sociais, a resposta chinesa foi extremamente favorável, com muitos comentaristas ecoando os medos de Pan. Em um fórum dedicado a discussões sobre negros em Guangdong no Baidu Tieba, muitos participantes concordaram que a China estava enfrentando uma "invasão negra".
O fluxo de comportamento racista on-line faz com que o infame anúncio de TV chinês do sabão em pó Qiaobi, que se tornou viral em 2018, pareça leve em comparação. O anúncio mostrava uma mulher asiática enfiando um homem negro em uma máquina de lavar para transformá-lo em um homem asiático de pele clara.
Ser mestiço é frequentemente considerado um privilégio na China, mas a negritude pode ser estigmatizada. Ou melhor, ser mestiço na China é um pesadelo se você for meio negro. Apesar de devorar terras na África com uma velocidade que faria holandeses e franceses corarem, a China chegou ao ponto de banir a cultura hip hop.
Filtros de rosto e modelos eurasianos de raça mista são prolíficos nas mídias sociais chinesas, mas a mesma preferência não é dada a negros e chineses mestiços com africanos, embora sejam um grupo demográfico crescente.
De fato, há um pequeno bolsão de internautas chineses que expressam fortes visões racistas nacionalistas e anti-negras, que aumentaram depois que foram propostas mudanças para facilitar a obtenção de residência permanente no país por estrangeiros.
Consequentemente, se acontecer de você ser mestiço com africano na China, você será visto como um mestiço sujo. Ao passo que se você for misturado com branco, será objeto de elogios e desejo. Embora a expansão dos negócios chineses na África tenha causado um aumento maciço nos casamentos inter-raciais e, por extensão, os filhos mestiços, o conceito ainda é desaprovado na China continental. No vídeo acima, Vice explora a realidade de ser meio negro na China.
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