Pu'uhonua o Hōnaunau, os terrenos sagrados que concediam anistia a quem conseguisse alcançá-los

No antigo Havaí, um período desde o assentamento polinésio em 600 até a monarquia de Kamehameha em 1810, um extenso sistema kapu governava as ilhas. Kapu, traduzido aproximadamente como "proibido", consistia em uma série de leis que ditavam a vida cotidiana. Homens comuns não podiam pisar em terreno real. Ninguém era autorizado a pisar na sombra do chefe. As mulheres eram proibidas de comer bananas ou manusear objetos particularmente fálicos. A punição por quebrar esses mandatos? A morte como sacrifício humano.

Mesmo cometer kapu involuntariamente justificava a execução em certas circunstâncias. Em uma época em que cabeças empaladas se alinhavam nas estradas para os templos e sacrifícios humanos eram queimados nas encostas dos vulcões, parece que o sistema foi criado contra o homem comum.

No entanto, havia um vislumbre de esperança para os condenados à morte, baseados em um teste rigoroso de força, resistência e fé inabalável. O desafio para a liberdade parece simples: pisar no terreno de Pu'uhonua o Honaunau (local de adoração) e a pena era perdoada.

Entretanto, essa tarefa não era tão fácil quanto parece. A viagem era longa e rigorosa. Se um condenado conseguisse iludir seus perseguidores e chegar à costa sudoeste da Ilha Grande, ainda havia desafios pela frente. Os terrenos sagrados eram adjacentes a um complexo real, separados por uma parede de 3 metros de altura e 5 de espessura.

E, finalmente, se o refugiado ainda conseguisse contornar os guardas reais, ainda havia a natureza para enfrentar, pois o templo ficava além de uma baía infestada de tubarões.

Hoje os visitantes podem explorar as antigas ruínas havaianas neste espaço sagrado e experimentar uma recriação da vida tradicional da aldeia.

E embora os tubarões sejam uma visão menos frequente, a Baía de Honaunau é agora um local de descanso favorito para tartarugas marinhas e golfinhos-rotadores, o que contribui para um mergulho fantástico.