A mumificação está, obviamente, mais intimamente ligada ao antigo Egito, mas é uma tendência de enterro variada e culturalmente ampla, inclusive com manifestações mais modernas: desde a automumificação, uma prática brutal que só veio à tona no Japão na década de 1960, ao embalsamamento mais tradicional. Na Sicília, por exemplo, onde a relação entre os vivos e os mortos sempre foi forte, a cidade de Palermo abriga uma das atrações turísticas mais bizarras e mórbidas do mundo. Aviso: As imagens abaixo podem ser perturbadoras para alguns leitores. |
Pelas portas do Mosteiro dos Capuchinhos, que por fora se parece com qualquer outro edifício, os visitantes podem descer às grandes catacumbas. Presos às paredes, sentados em bancos e prateleiras e escondidos em caixões abertos, estão quase 8.000 cadáveres, cada um vestido com suas melhores roupas de domingo.
Na maior parte da cultura ocidental, os mortos há muito tempo são geralmente mantidos fora de vista, escondidos dos vivos. Ali é a exceção. Nada fica entre os vivos e os mortos, exceto talvez uma corda com uma placa pedindo aos visitantes que sejam respeitosos.
As catacumbas mal iluminadas e mofadas foram separadas em alguns corredores, cada um hospedando um tipo específico de pessoa. Há uma sala para figuras religiosas, principalmente as afiliadas ao mosteiro, para profissionais, como médicos, e uma sala para mulheres, virgens e crianças.
O cadáver mais antigo do macabro acervo é o de Silvestro de Gubbio, frade falecido em 1599. Acredita-se que a atmosfera particularmente seca permitiu a mumificação natural dos corpos.
Inicialmente, os padres colocavam os mortos em prateleiras e permitiam que pingassem até que estivessem completamente esgotados de fluidos corporais.
Um ano inteiro depois, o cadáver seco era lavado com vinagre antes de ser vestido com suas melhores roupas e enviado para seu quarto apropriado, para ficar de pé pela eternidade.
Uma das mais recentes a ser enterrada foi Rosalia Lombardo, com apenas dois anos de idade quando foi embalsamada em 1920. Esta é a mais trágica das múmias modernas apresentadas ali.
Acometida por pneumonia, o pai de Rosália procurou um embalsamador de renome local para preservar seu corpo para sempre. O procedimento de embalsamamento manteve Rosália tão bem preservada que ela foi apelidada de "A Bela Adormecida".
O procedimento de embalsamamento, que foi perdido por décadas, consiste em formalina para matar bactérias, álcool para secar o corpo, glicerina para evitar que ele seque demais, ácido salicílico para matar fungos e o ingrediente mais importante, sais de zinco para dar rigidez ao corpo.
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