Escultura monumental de correntes em movimento confronta o legado duradouro da escravidão

Oito anos depois que o artista Charles Gaines começou a trabalhar em "Moving Chains", sua primeira comissão de arte pública, a monumental obra agora está no Outlook Hill, na ilha Governors, na baía de Nova Iorque. Evocando o casco de um navio negreiro, a enorme escultura cinética apresenta nove fileiras de correntes de aço pesando 720 quilos cada uma que rolam sobre uma estrutura feita de Sapele, uma espécie de mogno nativo da África, com oito movendo-se no ritmo das correntes do porto e o outro naquele de um barco.

A obra é uma crítica afiada de questões sistêmicas inerentes à economia americana. Localizado ao lado do porto que foi uma via fluvial essencial no tráfico transatlântico de escravos, "Moving Chains" expõe os impulsos capitalistas da nação e o fundamento inextricável na prática hedionda.

- "Eu queria que a peça abordasse isso... para produzir esse tipo de economia, eles tinham que legitimar a escravidão", disse Gaines em entrevista. - "Torna-se um verdadeiro emblema do que chamo de falha fatal que existe na base da democracia americana."

Especificamente, o artista se concentra na decisão histórica de Dred Scott da Suprema Corte que proíbe qualquer afrodescendente de se tornar um cidadão americano. Embora revertida com a 14ª emenda, essa decisão gerou uma miríade de efeitos que continuam a atormentar a sociedade americana hoje.

- "Ele mostra a história da escravidão e do Destino Manifesto e do colonialismo e do imperialismo como uma narrativa interligada", disse Gaines.

- "Na educação, eles foram separados, mas a economia dos EUA foi construída sobre a escravidão. O Destino Manifesto legalizou a tomada de terras de outras pessoas", acrescentou.

Encomendado pela Creative Time e Governors Island Arts, "Correntes em Movimento" é uma parte do projeto Manifesto Americano em andamento de Gaines e permanecerá em exibição até junho de 2023 em Nova York antes de viajar para Cincinnati.